Essa série não é para conservadores, afinal, eles não sabem lidar com fatos e dados, com a realidade. Ela fala sobre uma família da periferia de Chicago com muitos problemas de vizinhança, financeiros, de relacionamento e com ausência, quase completa, de perspectiva de vida. Ela mistura drama com humor, pitadas, muitas pitadas, de sensualidade e nos faz refletir a respeito do potencial destrutivo das próprias escolhas e de algumas pessoas que nos circundam. Aparentemente, quaisquer planos da família, para mudanças de vida e condição financeira, são frustrados por problemas com drogas, álcool, más amizades e pelo sistema capitalista – onde para alguém “sobreviver” outrem tem que “morrer”. Seus personagens têm múltiplas camadas, que vão se revelando ao longo dos capítulos e ao longo das temporadas o temperamento e o caráter de cada um deles vai se moldando às circunstâncias da vida. Creio que em certos momentos a série romantiza demais o uso de álcool e de entorpecentes, bem como os relacionamentos claramente tóxicos; não gostei dessa parte, mas é a realidade para muitos. Enfim, uma série que não é para “amadores”.