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    Run: Crítica da 1ª temporada da série da HBO

    Merritt Wever e Domhnall Gleeson estrelam a série produzida por Phoebe Waller-Bridge.

    Nota: 3,5/5,0

    Run chegou de mansinho na programação da HBO, mas logo conquistou um grupo leal de fãs. Como explicado em nosso texto de primeiras impressões, é centrada na inusitada fuga de um ex-casal Ruby (Merritt Wever) e Billy (Domhnall Gleeson), com seu acordo de anos atrás: se eles trocarem mensagens com a palavra "Corra", se encontrariam num trem em Nova York, escapando por uma semana, para depois decidir se ficariam juntos. Além disso, trata-se de uma produção de Phoebe Waller-Bridge, a aclamada criadora de Fleabag, que já tem praticamente seu próprio universo televisivo...

    Nos primeiros episódios, a série assume o estilo de uma comédia romântica com foco no relacionamento de Ruby e Billy — por vezes fofo, por outras vezes como um divertido jogo de gato e rato, já que ambos estão escondendo segredos de suas vidas do outro. Aí, Run encontra seus melhores momentos, pois o roteiro simples é glorificado pelas performances de Wever e Gleeson; cuja química é inegável. Você quer torcer para o casal dar certo, mesmo sabendo que existem muitos problemas nas vidas dos dois atrapalhando, mesmo sabendo que eles estão fugindo de suas responsabilidades e até mesmo quando ocorre uma tragédia mais pra frente na história.

    Run começa a se perder no meio da temporada

    Tudo muda com a chegada de Fiona (Archie Panjabi), parceira de negócios de Billy, que tem suas próprias intenções. Isso afeta o ritmo da série, acrescentando uma série de clichês no script? Sim. Ao mesmo tempo, era possível prever que a história ia se tornar numa trama de causas e consequências, culminando em algo extremo. Run se torna enfraquecida pelas mudanças, sendo carregada pelo talento do elenco, pois suas escolhas criativas começam a mostrar falhas. Após uma virada, o espectro da série aumenta para incluir mais personagens, inclusive uma vivida por Phoebe Waller-Bridge.

    A dinâmica entre sua Laurel e Babe (Tamara Podemski) é dispensável, mas entrega alguns momentos divertidos, seja o karaokê ou quando dividem o mesmo carro. Ainda assim, as melhores sequências são quando Ruby e Billy mostram suas vulnerabilidades, mesmo se encontrando presos numa situação de vai-e-volta, que se estende até o episódio final. Se Billy tem um desenvolvimento mais romântico, a jornada de descoberta de Ruby é sobre si mesma, aceitando seus defeitos, mas também se reencontrando na vida que leva — com desejos e vontades.

    Deixando ganchos para uma segunda temporada, o encerramento ainda resgata um pouco do charme dos primeiros episódios, mas não traz algo satisfatório, caso não retorne para mais capítulos. Tudo depende da HBO. Com dois protagonistas que a salva dentre seus altos e baixos, Run é uma série boa, que podia ser melhor, mas ainda merece um espaço na nossa agenda de maratonas. 

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