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    As 20 Melhores Séries dos últimos 20 Anos, escolhidas pelo AdoroCinema

    Estas são as produções live-action televisivas que mais mexeram com nossos corações e mentes do ano 2000 para cá.

    Continuação: As 20 melhores séries dos últimos 20 anos, escolhidas pelo AdoroCinema.

    House of Cards (2013-2018)

    Reviravoltas, traições, vira-casacas, assassinatos. A política está repleta desses elementos, pelo menos na trama de House of Cards. A série acompanha a jornada insana da ascensão de Frank Underwood (Kevin Spacey), desde comandante da Câmara dos Deputados até se tornar o Presidente dos Estados Unidos. Com uma primeira temporada impecável e sofrendo muitos altos e baixos que levaram até um derradeiro encerramento (marcado por acusações de assédio contra Spacey), a produção vencedora de sete prêmios Emmys e dois Globos de Ouro ainda é uma das melhores produções televisivas dos últimos vinte anos. Com atuações brilhantes (destaque para os maquiavélicos monólogos que quebram a quarta parede de Frank e da Claire de Robin Wright), roteiros surpreendentes e uma direção de tirar o fôlego, House of Cards mexe com o imaginário, gera identificação com os personagens para em seguida... nos puxar o tapete.  

    Vitoria Pratini

    American Crime Story (2016-presente)

    A ideia de selecionar crimes reais e transformá-los em narrativas feitas para a televisão não é exatamente nova, mas a qualidade alcançada por American Crime Story a diferencia de tentativas anteriores semelhantes. Com o dedo de ouro do diretor/roteirista/produtor Ryan Murphy, a minissérie trouxe para as casas das pessoas os detalhes minuciosos de tramas verdadeiras que habitaram por anos o imaginário popular norte-americano, como o polêmico caso do crime passional do ex-atleta O.J. Simpson e o assassinato misterioso do estilista Gianni Versace. Carregado de presenças ilustres em seus elencos, American Crime Story pode celebrar o mérito de transformar o consumo de crimes na televisão em algo acessível e interessante, ao mesmo tempo em que nos força a lidar com nossa questionável e inevitável tendência à morbidez. 

    Pablo Miyazawa

    Stranger Things (2016-presente)

    A série nostálgica criada pelos irmãos gêmeos MattRoss Duffer tinha tudo para ser mais um pastiche sobre os vistosos e saturados anos oitenta, mas felizmente acabou representando algo mais do que isso. Reunindo características de gêneros consagrados no áudiovisual naquela década -- as aventuras com turmas de crianças, o suspense e o terror de cunho sobrenatural etc —, Stranger Things acabou atirando para todas as direções... e acertou em cheio em todas elas. É difícil hoje imaginar um tempo em que não se sabia se a série da Netflix sobreviveria após a primeira temporada, a qual chegou ao fim de um modo quase niilista e desesperançoso. Quatro anos depois, vislumbramos a chegada da quarta temporada com um elenco mirim já crescido demais, e parece improvável que a série perca tão cedo seu reinado diante de uma massa de fãs apaixonados que querem sempre mais. 

    Pablo Miyazawa

    Fleabag (2016-2019)

    Criada e estrelada pela britânica Phoebe Waller-Bridge, Fleabag nasceu como uma peça teatral e se tornou uma série televisiva sobre as dores do amadurecimento, sob o prisma de uma mulher balzaquiana acostumada a relacionamentos fracassados, péssimas decisões e pouco espaço para empatia pelo próximo. É fato que nenhuma obra seriada dos últimos anos atingiu de modo tão certeiro o público feminino, e tal sucesso não se deu apenas por causa do carisma inabalável de Phoebe, mas também pela irresistível e sincera autodepreciação com que ela nos relata seus momentos de mais tragédias do que glórias. Notavelmente, a segunda temporada chegou quase três anos depois da primeira, virando a história do avesso e comprovando que os melhores desfechos são aqueles que levam tempo para maturar. 

    Pablo Miyazawa

    Atlanta (2016-presente)

    Sorrateiramente, Atlanta foi encontrando seu lugar cativo entre as séries mais provocativas e necessárias dos últimos anos. Sob o contexto de uma cidade que é um verdade caldeirão social, Donald Glover enfia o dedo na ferida de modo a mostrar o racismo estrutural em situações embaraçosas que preferiríamos evitar, mas que não conseguimos deixar de olhar. Com experimentalismos raramente vistos em séries de comédia, a obra escrita, estrelada e às vezes até dirigida por Glover brinca com os preconceitos, o absurdo e o nonsense de modo quase transgressor, alfinetando e nos fazendo rir de desgraças ao mesmo tempo em que refletimos sobre nossos próprios deslizes do dia a dia.

    Pablo Miyazawa

    This is Us (2016-presente)

    Uma novela típica com personagens críveis e uma dose carregada de choro e emoção: isso é o que This is Us tem proporcionado ao longo de três temporadas carregadas de peso emocional. Os grandes méritos da obra criada por Dan Fogelman são suas reviravoltas assertivas e emocionantes que levam o público às lágrimas em cada um dos episódios. Acompanhamos diversas linhas temporais de uma família — os país e seus três filhos — interpretados por um elenco de peso que inclui Milo Ventimiglia, Mandy Moore, Sterling K. BrownChrissy Metz e Justin Hartley. Ainda que passe por muitos altos e baixos, trata-se de uma produção completa, conseguindo incitar identificação por retratar diferentes relações familiares, abusando de elementos dramáticos de comédia e de suspense e apresentando lições morais importantes associadas a cada arco narrativo. 

    Vitoria Pratini

    Big Little Lies (2017-2019)

    Anteriormente idealizada como uma minissérie de sete capítulos em 2017, a produção estrelada por Reese Witherspoon, Laura Dern, Zoë KravitzNicole KidmanShailene Woodley fez um sucesso tão estrondoso que mereceu ganhar mais uma temporada completa em 2019. Abordando temas pesados (abuso sexual e abuso matriarcal entre eles), Big Little Lies mescla as dificuldades enfrentadas pelas protagonistas com o enorme carinho nutrido uma pela outra, reforçando o espírito coletivo de amizade e sororidade. Com direção, fotografia e trilha-sonora impecáveis, esta é uma das melhores séries dos últimos 20 anos, e uma opção certeira para uma rápida e satisfatória maratona. 

    Barbara Demerov

    The Handmaid’s Tale (2017-presente)

    Histórias sobre distopias têm ganho considerável apelo entre o público, muito porque cada vez mais fatos ficcionais extremos flertam perigosamente com o que já vivenciamos na realidade. Este felizmente ainda não é o caso de The Handmaid's Tale, mas sua trama carregada de simbolismos e gatilhos parece a cara deste momento político de incertezas e desequilíbrios no alvorecer da segunda década do século XXI. A adaptação do livro de Margaret Atwood é assustadora o suficiente por sua premissa fatalista sobre um regime totalitário que oprime e tortura mulheres, mas ganha em peso e sofrimento com a perfomance arrebatadora de Elisabeth Moss, como a sofrida heroína constantemente à beira do colapso.

    Pablo Miyazawa

    Sex Education (2019-presente)

    Sexo há muito tempo já não é tabu em produções televisivas, mas assim mesmo, o tema raramente é apresentado em séries com um viés que escape do apelativo. Felizmente, como o próprio título entrega, Sex Education tem em sua verdadeira razão de existir a missão de transmitir mensagens positivas e relevantes a respeito de sexo, seus mistérios e contradições, mas consegue muito mais do que isso. Com um elenco principal apaixonante em que todos brilham, sem exceção (como não amar Gillian Anderson no melhor papel de sua carreira? — sorry, Scully!), diálogos certeiros e altos e baixos emocionais que jamais ultrapassam os limites do bom senso, a série embrulha e entrega o assunto mais polêmico da história humana com a tranquilidade, leveza e o bom humor que o século XXI merece.

    Pablo Miyazawa

    Chernobyl (2019)

    A minissérie da HBO conquistou público e crítica não apenas por sua qualidade técnica primorosa, mas também (ou muito porque) se atentou às histórias particulares das vidas que foram perdidas devido ao acidente ou que, de alguma forma, conseguiram sobreviver. Esta é uma série-denúncia que possui um tema assustadoramente atual: o homem enquanto responsável direto por desastres biológicos e sociais que deixam cicatrizes definitivas na humanidade. Enquanto dramatiza os eventos trágicos ocorridos na Ucrânia em 1986, a produção também detalha o plano que salvou a Europa de um desastre ainda maior. Com atuações memoráveis de Jared HarrisStellan Skarsgard e Emily WatsonChernobyl é uma produção obrigatória nos dias de hoje — tanto pelo entretenimento quanto pela verdadeira aula de História que promove ao longo de seus cinco episódios.

    Barbara Demerov

    ***

    Quem votou: Amanda Brandão, Antoine Clauzel, Barbara Demerov, Bruno Martins, Caio Garritano, Caqui Bandeira, Caroline Simões, Fernanda Pineda, Fernando Leal, Igor Souza, Ingred Gonçalves, João Renato Melo, Juliana Amorim, Kalel Adolfo, Katiúscia Vianna, Luisa Rodrigues, Natália Artemenko, Nathalia Jesus, Pablo Miyazawa, Paola Piola, Roanna Cunha, Vitória Pratini e Ygor Palopoli.

    Saiba como assistir em casa às séries desta lista na seção Achados do Dia, nos stories do Instagram do AdoroCinema.

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