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    Por que as séries canceladas da Netflix não migram para outros canais? (Análise)

    Entenda como funcionam os processos da gigante do streaming.

    Demolidor, Jessica Jones, One Day at a TimeSense8 e, recentemente, Santa Clarita Diet, sofreram os mesmos destinos pela Netflix: canceladas. Fãs reclamam, pedem que as séries sejam resgatas e até o Lin-Manuel Miranda entrou na onda dos pedidos. Mas, apesar dos clamores, nada aconteceu. Por quê?

    Mesmo com as séries da Marvel, houve uma grande especulação em volta da possibilidade de as produções migrarem para o Disney+ após o lançamento do streaming. A Sony Pictures também anunciou que estava tentando fazer One Day at a Time continuar em outra emissora, mas ambos os estúdios sofrem o mesmo bloqueio: uma cláusula contratual.

    Existe uma cláusula padrão nos contratos da Netflix com estúdios externos para suas séries. Tal item previne que as séries sejam exibidas em outros canais por um período de tempo significante que, segundo o Deadline, pode variar entre 2 e 7 anos. Isso faz com que uma continuação em outra plataforma, seja um canal de streaming concorrente ou um de TV tradicional, seja muito inviável.

    A situação não é a mesma quando o caso é o contrário, já que a própria Netflix resgatou imediatamente séries como The KillingDesignated Survivor e Lucifer.

    No caso de One Day at a Time, existe uma pressão interna da indústria para que a Netflix libere a série da cláusula. Caso funcione ou não, o que tem sido observado é um movimento contínuo da Netflix. Enquanto por décadas, na TV tradicional, as cláusulas regulares de longevidade das séries foi de seis anos — esse número aproximado de temporadas é o que se considera um sucesso —, o novo movimento do streaming indica que a medição diminui para algo entre dois e três anos.

    Os motivos dos cancelamentos da Netflix, naturalmente, variam, mas a maioria tem relação com o aumento do custos. Além disso, os acordos da Netflix incluem aumentos e bônus à medida que cada temporada vai ficando maior. Enquanto os pagamentos são relativamente modestos depois da primeira temporada, podem escalar a partir da terceira. Isso se torna particularmente custoso com séries produzidas por estúdios externos, porque o aumento adicional pode ser 20% maior.

    Essas jornadas menores têm se espelhado em outras plataformas, seja por custo de produção ou pelo quesito atrator de audiência: séries com menos número de episódios tendem a chamar mais atenção em uma época de Peak TV em que o tempo é cada vez mais raro.

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