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    Game of Thrones: Diretor explica a problemática linha do tempo do episódio 'Além da Muralha'

    Alan Taylor tenta justificar uma das principais críticas à série: sua falta de lógica de tempo e distância, agravada na 7ª temporada.

    Game of Thrones é um dos maiores sucessos da televisão, e assim será até o seu fim, em 2018 ou 2019. Apesar disso, a série começa a enfrentar críticas mais duras e gerais sobre os inúmeros problemas de lógica da sétima temporada. Sua falha em retratar o tempo, desrespeitando as leis de distância da imensa Westeros, é uma das maiores reclamações da vez. O diretor do episódio "Além da Muralha" comentou a questão.

    "Estávamos cientes de que o timing estava ficando um pouco difuso", disse Alan Taylor, em entrevista à Variety. "Tínhamos Gendry [Joe Dempsie] correndo de volta, corvos voando uma certa distância, dragões também tendo que voar essa distância de volta... Em termos de experiência emocional, e de narrativa, [Jon e sua companhia] passaram uma noite escura na ilha", explicou o diretor, admitindo que, além de problemas em evocar o tempo que passou, a série abandonou a lógica e retratou uma passagem de tempo impossível: apenas um dia.

    Alan Taylor diz que tentou, com sua equipe, disfarçar a questão temporal explorando "o crepúsculo eterno do norte da Muralha" — o que inexiste no cânone da série literária. Ainda pior, nesse episódio seis da sétima temporada, vimos a companhia de Jon Snow (Kit Harington) atravessar montanhas sob um dia claro. Seria um caso específico daquela região? Muito conveniente. Ou apenas mais um caso do descaso da equipe de Game of Thrones em seus últimos capítulos.

    Segundo Linda Antonsson, coautora do livro "Mundo de Gelo & Fogo" ao lado do criador desse universo George R.R. Martin, só a viagem de Pedra do Dragão até Atalaialeste duraria, na melhor das hipóteses, 28 horas. "Sem pausa para o xixi para Dany [Emilia Clarke]", brincou a escritora, em seu perfil no Twitter. A autora da "Bíblia de Game of Thrones" ainda explica que essa viagem é inédita, portanto, a estimativa otimista é baseada no tempo de percurso que os dragões faziam entre Pedra do Dragão e Porto Real — bem menor, menos desgastante e, assim, passível de se percorrer num ritmo melhor.

    A equipe de Game of Thrones conta com a boa vontade do público, o que é válido, de fato deve haver por parte do espectador da obra de fantasia, mas até certa medida, já que o processo de distração diante de um aspecto ilógico é natural. Alan Taylor entende isso, mas se defende dizendo que os recursos funcionaram para alguns. E provoca: quem reclamou, "parecia preocupado demais com a velocidade com que um corvo pode voar".

    "Existe uma coisa chamada impossibilidade plausível, que é o que a gente tenta alcançar, em vez de plausibilidades impossíveis", disse Taylor, citando nada menos que um pensamento do filósofo clássico Aristóteles. "Então, eu acho que tensionamos bastante a plausibilidade, mas [também] imagino que o momentum da história conduz um pouco disso", explicou o cineasta, se eximindo de parte da responsabilidade de sua direção.

    Para finalizar, Alan Taylor vê o lado bom da repercussão negativa do último episódio de Game of Thrones: "É legal que a série seja tão importante para tantas pessoas que esteja sendo escrutinada tão minuciosamente. Se a série estivesse passando por um momento difícil, eu estaria preocupado com essas reclamações. Mas ela parece estar indo tão bem que é certo que haja pessoas com essas preocupações."

    A aguardada season finale da sétima temporada de Game of Thrones acontece no próximo domingo, às 22 horas, na HBO.

     

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