Ao longo dos anos, a Malhação revelou muitos talentos e foi o primeiro trabalho de grandes atores nas novelas. No entanto, no meio do caminho, alguns acabaram desistindo de aparecer em frente às câmeras para se dedicar a profissões totalmente diferentes – e foi exatamente isso o que aconteceu com um ator de sobrenome de peso na história da TV.
Se você é do tipo que não saía da frente da televisão no ano 2000, provavelmente se lembra do vilão Jacaré de Malhação - Múltipla Escolha. O personagem foi interpretado por Miguel Thiré em sua estreia nas telinhas. A participação durou pouco tempo, mas, dois anos depois, ele voltou para outra temporada, desta vez no papel de Charles Júnior.
"[O vilão] foi logo o primeiro, a primeira coisa que fiz, foi delicioso. Outro dia tava passando e consegui assistir de novo, foi muito bom fazer. Fiz duas vezes Malhação, na segunda comecei como vilão, mas virou para o humor, foi muito divertido", disse Miguel em entrevista ao Gshow.
No entanto, anos após o primeiro personagem marcante de sua carreira, o artista decidiu sair do país e focar em outro tipo de trabalho na arte. Veja como ele está hoje!
Família de artistas e vida longe do Brasil
A arte corre no sangue de Miguel Thiré, e sua vocação não poderia ter seguido outro rumo. Ele é neto da saudosa atriz Tônia Carrero – um dos grandes nomes da dramaturgia nacional – e filho do ator Cecil Thiré com a produtora de teatro Norma Pesce. Sua família também inclui os irmãos atores Luísa e Carlos Thiré, além do sobrinho Vitor Thiré, também ator.
TV Globo
Além das duas temporadas de Malhação, Miguel atuou em inúmeras novelas e minisséries, tanto na Globo como na Record e na Band. Em seu currículo estão produções como Porto dos Milagres (2001) O Quinto dos Infernos (2002), Cobras & Lagartos (2006) e Sansão e Dalila (2011). Sua última novela no Brasil foi Em Família (2014), de Manoel Carlos.
Depois disso, decidiu tentar a vida em Portugal. O que era para ser uma viagem de seis meses já dura nove anos e começou com um teste para a novela portuguesa A Impostora (2016).
"De repente, teve uma novela que precisava de um ator com meu perfil. Era para fazer um brasileiro que tinha acabado de chegar em Portugal", contou ao Gshow.
Ele, então, foi aprovado e encarou os desafios da mudança. "Com o passar dos meses de gravação, recebia os textos e comecei a tentar conjugar os verbos e falar as palavras como português, fazer um sotaque. Até que teve um dia que estava fazendo uma cena e fiz de um jeito carioca, foi impressionante. O set todo olhou para mim e eles amaram!", relembrou.
Em terras lusitanas, Miguel Thiré continua atuando, mas com foco no teatro. Ele ministra aulas de comédia de improviso em Lisboa e também cria e dirige espetáculos teatrais, tendo comandado uma releitura do clássico Trair e Coçar É Só Começar. No ano passado, retornou ao Brasil para dirigir o monólogo O Figurante, estrelado por Mateus Solano.
Mesmo com o êxito em Portugal, ele não descarta a possibilidade de voltar ao Brasil, apenas a trabalho, embora seja apaixonado por sua vida no país europeu.
"Sempre passou na cabeça a ideia de passar uma jornada no Brasil, como passei um mês e meio montando um trabalho. Trabalhos imperdíveis são imperdíveis no Brasil, na Noruega, no Japão... Já teve uns três/quatro testes assim, mas ainda não aconteceu. Não penso em morar no Brasil, penso em fazer trabalhos com e para o Brasil", disse o ator.
Na vida pessoal, Miguel, que hoje tem 43 anos, é casado com a luso-brasileira Gabriela Barros e pai da pequena Laura, de 2 anos, e de Tomás, de apenas 3 meses.
