Com cenas ousadas, clima provocante e uma trama que mexeu com o imaginário do público, uma minissérie lançada pela Globo em 2001 causou burburinho e rapidamente se tornou um fenômeno. Escrita por Manoel Carlos e baseada livremente na obra homônima de Mário Donato, Presença de Anita está finalmente disponível no catálogo do Globoplay, na íntegra.
Ambientada na fictícia cidade de Florença, no interior de São Paulo, a obra acompanha Anita, interpretada por Mel Lisboa em sua estreia na televisão. De beleza hipnotizante e comportamento enigmático, a jovem de 18 anos manipula todos ao seu redor com sua essência fatalista. “Nada é por acaso, tudo está escrito!”, repete frequentemente a moça, que alterna entre a aparente inocência e uma lascividade desconcertante.
Logo nos primeiros capítulos, Anita se instala em um sobrado marcado por um antigo crime passional e sangrento – o que, aliás, ela considera fascinante. É nesse cenário que começa a se envolver com Fernando (José Mayer), um homem mais velho em meio a uma crise existencial e conjugal. O jogo de sedução e obsessão entre os dois, no entanto, ultrapassa os limites e desencadeia consequências intensas e irreversíveis.

Paralelamente, Anita desperta a primeira paixão de Zezinho (Leonardo Miggiorin), o tímido ajudante da mercearia que fica em frente ao sobrado. Ainda virgem, ele observa cada movimento da jovem sensual através do basculante do banheiro.
Além do enredo central, desenrola-se a história de Marta (Vera Holtz), viúva e irmã mais velha de Lúcia Helena (Helena Ranaldi), a esposa traída de Nando. Cheia de preconceitos raciais, Marta começa a sentir uma atração física incontrolável por André (Taiguara Nazareth), um rapaz negro, mais jovem e funcionário de sua fazenda.
Sucesso e polêmicas
Exibida originalmente às 23h, Presença de Anita foi um grande sucesso de audiência. Na época, o público se surpreendeu com a ousadia das cenas e com o uso marcante do erotismo na construção da narrativa, centrada em uma protagonista sensual, provocadora e aparentemente incapaz de reconhecer limites.
Para completar, a trilha sonora, escolhida a dedo por Manoel Carlos, ajudou a criar o clima misterioso e sedutor da minissérie. O tema de Anita era “Pigalle”, na voz de Georges Ulmer, enquanto a abertura fez história com “Ne me quitte pas”, interpretada por Maysa.
No entanto, a obra também gerou polêmicas. A abordagem ousada de temas como sexo explícito, nudez, preconceito racial e o uso frequente do cigarro – muitas vezes exibido de forma sensual pelos protagonistas – despertou reações negativas.
Os 16 episódios de Presença de Anita estão disponíveis para assinantes do Globoplay.