Matéria Escura tinha tudo para nos fisgar, mas a série de ficção científica com Joel Edgerton e Jennifer Connelly se atola em sua proposta?
Giovanni Rodrigues
Giovanni Rodrigues
-Redação
Já fui aspirante a x-men, caça-vampiros e paleontólogo. Contudo, me contentei em seguir como jornalista. É o misto perfeito entre saber de tudo um pouquinho e falar sobre sua obsessão por nichos que aparentemente ninguém liga (ligam sim).

Mundos paralelos nesta série da Apple TV+, adaptação fracassada do romance de Blake Crouch.

Com a superpopulação de produções de TV que temos todos os anos, é cada vez mais difícil não apenas se destacar, mas também oferecer algo mais do que a promessa de que é “bem feito”. Neste momento, a Apple TV+ trabalha para estabelecer sua reputação como a rainha da ficção científica primorosamente produzida... Mas é uma pena que, de vez em quando, o roteiro não esteja à altura.

Esse é o caso de Matéria Escura, adaptação do romance homônimo de Blake Crouch, que, aliás, é o responsável pela criação e roteiro da série. O que poderia ter sido um suspense psicológico interessante e angustiante, com um toque de ficção científica (e dimensões alternativas) que poderia ter preenchido a lacuna deixada por Constelação, que também se envolveu com essas coisas. Mas não é bem assim.

Estrelada por Joel Edgerton e com Jennifer Connelly, Alice Braga e Jimmi Simpson em seu elenco principal, a série nos leva à história de Jason, um professor que, em uma bela noite, é sequestrado e levado para uma dimensão alternativa. Enquanto ele tenta descobrir o que aconteceu, vemos que seu sequestrador era uma versão de si mesmo, que começa a viver a vida da qual desistiu.

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Falta de personalidade

Começando com uma abertura fria e sem graça, poderíamos dizer que há muitas razões pelas quais Matéria Escura não funciona. Além das questões de tom ou de como Crouch quer contar a história como se fosse a primeira vez que o espectador ouviu falar do conceito do multiverso em [verifique o calendário da parede] 2024, o que mais pesa na série é um elenco incapaz de distinguir seus vários personagens.

Aqui vejo um pouco de uma mistura entre a falta de coragem de atuar, especialmente de Joel Edgerton, e a péssima direção de atores do diretor Jakob Verbruggen. É interessante marcar certos limites para que o Jason de uma dimensão e o da outra não tenham personalidades muito diferentes... mas teria sido bom ter um perfil melhor além do fato de que, convenientemente, um deles é espancado para que fique com cicatrizes durante a aventura.

Claro, em teoria, Jason 1 é um pai de família e professor que poderia ter sido um grande cientista; Jason 2 é uma versão que desistiu de seu amor para obter sucesso em seu campo. Em teoria, os dois têm pontos de vista diferentes sobre a vida e os relacionamentos (visto, por exemplo, quando Jason 2 conversa com o filho de Jason 1 sobre garotas). Na prática, Edgerton não consegue distinguir entre eles. Nesse aspecto, Jennifer Connelly se sai um pouco melhor (mas não muito melhor) como Daniela.

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Em suma, pode haver um universo alternativo no qual essa série funcione bem. Afinal de contas, ela tem muitos dos ingredientes necessários para nos prender com tramas multiversais e vidas não vividas. A pena é que o que recebemos é um tanto apático e sem força.

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