Já se passaram dez anos desde o fim de Breaking Bad, quando Walter White destruiu seu mundo para se tornar Heisenberg completamente, e ainda não superamos. Por ocasião deste aniversário, o criador da série, Vince Gilligan, conversou com a Variety sobre seus momentos favoritos da série e aproveitou para falar de sua próxima criação.
“Não há crime, nem metanfetamina”, diz Gilligan sobre Wycaro, sua tão aguardada nova série para Apple TV + estrelada por Rhea Seehorn, de Better Call Saul.
Ele dá uma volta de 180° ao criar uma série de ficção científica que tem a particularidade – como as duas séries anteriores – de se passar em Albuquerque, embora seja uma cidade muito diferente.
“O mundo muda abruptamente no primeiro episódio e depois fica muito diferente”, acrescenta Gilligan. "Este é o mundo moderno – o mundo em que vivemos – mas muda muito repentinamente. As consequências disso irão, espero, criar drama para muitos, muitos episódios posteriores."
É um retorno à ficção científica para alguém que começou a trabalhar em Arquivo X. "Eu não chamaria isso de ficção científica pesada, mas sim de ficção científica leve. Mas há um elemento de ficção científica na base. (...) Rhea interpretará uma personagem muito diferente daquela que interpretou em 'Saul'".
AMC
A série recebeu desde o início um pedido de duas temporadas da Apple TV+ , e sua escrita será agora que a greve dos roteiristas acabou. Felizmente, esta fase de escrita não deve durar muito.
“Quando a greve estourou, estávamos prestes a terminar a primeira temporada, então vamos voltar e terminar o penúltimo episódio e depois o episódio final”, explica Gilligan. Quanto às filmagens, elas começarão no Novo México no próximo inverno.
"Não sei como as pessoas vão reagir, se vão amar ou odiar, ou se vão ficar em algum ponto intermediário. Mas sei que é uma história que me interessa."
UM ATAQUE À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Durante a entrevista, Vince Gilligan retorna a um dos pontos mais discutidos durante a greve dos roteiristas: o uso da inteligência artificial. “Quando aprendi sobre o ChatGPT, fiquei morrendo de medo. Pensei: 'Nossa espécie acabou'. Não quero dizer no sentido do Exterminador do Futuro, como se eles fossem começar a nos exterminar.
Mas quem quer viver num mundo onde a criatividade está confiada às máquinas? Meu trabalho acabou. Eu tinha todos esses medos. E nos últimos seis ou nove meses, tenho me mantido um pouco informado sobre essa ‘maravilha’ que é a IA."
Acho que é um monte de besteira. É uma gigantesca máquina de plágio, na sua forma atual. Acho que o ChatGPT sabe o que escreve como uma torradeira sabe que faz torradas
"Não há inteligência – é uma maravilha do marketing. Ele pode se tornar senciente e verdadeiramente inteligente. Ele pode em algum momento se tornar uma ameaça, mas por enquanto, é apenas uma máquina de plágio.
É sobre um bando de bilionários tentando se tornar trilionários vendendo essa coisa como uma espécie de mudança radical. Certamente terá sua utilidade para escrever resumos jurídicos e coisas assim, mas não acho que substituirá os escritores de ficção."
Ele continua: "Não creio que a tecnologia em geral torne o mundo um lugar melhor, apesar do que as pessoas que a vendem querem que acreditemos. Acho que ela nos divide e nos distrai. Pior ainda, ela mentirá para nós. Não será o Exterminador do Futuro, com máquinas que nos matam. Somos nós que vamos nos matar. Mas este produto pode contribuir de forma insidiosa".
"Sou bastante negativo sobre isso! Se dependesse de mim, todos teríamos bolsos cheios de moedas para falar em telefones públicos, e o celular nunca teria sido inventado. Não vejo as coisas com muito otimismo".
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