Por Roberto Cunha
Ela começou cedo. Aos 14 anos foi descoberta por Jean-Luc Godard e participou de Detetive (1985). Dois anos depois, Julie Delpy era indicada por sua atuação em Sangue Ruim (Mauvais Sang), como Promessa Feminina no César, o Oscar da França. O fato se repetiu em 1988, por La Passion Béatrice e, 10 anos depois, como Melhor Roteiro Original por 2 Dias em Paris.
Nesse meio tempo, ganhou alguns prêmios e diversas indicações, entre elas, Oscar de Melhor Roteiro Adaptado para Antes do Pôr-do-Sol em 2005. Agora, em pleno início de 2012, a jovem de outrora que se mostrou muito mais do que um rostinho bonito no cinema, atuando em diversas áreas, disse que não quer ser mais atriz.
A notícia pode cair como uma bomba para os fãs e surgiu no último Festival de Sundance, que terminou no domingo, 29, onde ela esteve para a primeira exibição de 2 Dias em Nova York. Falando sobre o filme que escreveu, produziu, dirigiu e atuou, revelou para o site Deadline que pretende parar: "Para mim está bom. Antes eu queria fazer filme com quem conhecia. Agora, não quero seguir atuando. Vou procurar escrever e dirigir".
Sobre as sequências que parecem fazer parte de sua carreira, aproveitou e disse que essa "franquia" termina em Nova York e que a ideia de um terceiro filme, como "2 Dias em Tokyo' ou "2 Dias em Los Angeles", não vão acontecer. "Eu não sou uma Bond girl", brincou.
Ainda sobre continuações, em entrevista para a Entertainment Weekly, o casal Jesse e Celine "nascido" em Antes do Amanhecer (1995), veio à tona. E assim como Ethan Hawke (Jesse) fez no final de 2011, dizendo que existia a possibilidade de um terceiro filme, Delpy não negou. Disse que fizeram o segundo filme porque existia uma boa ideia e não teriam feito se não tivessem a coisa certa para dizer. "Temos cuidado, pensamos a respeito, mas não tem nada de oficial".
De concreto e como diretora, Delpy está tocando The Right Profile, filme sobre a vida de Joe Strummer (1952-2002), guitarrista e vocalista do famoso grupo britânico The Clash. O roteiro de Paul Viragh (Sex & Drugs & Rock & Roll), entre outras coisas, abordará o problema de coração do músico que o fez desaparecer na época do lançamento de "Combat Rock", em 1982.