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    Missão Impossível - Protocolo Fantasma

    A equipe do quarto Missão Impossível veio ao Brasil e o AdoroCinema conversou com o diretor Brad Bird e com o produtor Bryan Burk.

    Quarto filme da franquia Missão Impossível, que começou em 1996, Missão Impossível - Protocolo Fantasma é mais uma produção que coloca o Brasil no roteiro de divulgação para alavancar as vendas internacionais.

    Para isso, o ator e produtor Tom Cruise, a atriz Paula Patton, o diretor Brad Bird e o também produtor Bryan Burk (Super 8) participaram de eventos fechados (Copacabana Palace) e para convidados (Cinépolis Lagoon), no Rio de Janeiro, e o AdoroCinema estava lá, a convite da produção.

    ANIMAÇÃO X ATORES REAIS

    "[...] são coisas diferentes."

    O longa de ação da famosa franquia é também o primeiro filme com atores reais dirigido por Brad Bird e era quase impossível (com trocadilho) que a primeira pergunta dirigida ao cineasta não envolvesse essa questão.

    Ele disse aos jornalistas que a experiência foi ótima e que sua vivência com animação ajudou muito porque quase não tinham tempo para realizar qualquer tipo de pré-visualização das sequências. E somente três vezes isso foi possível: na parte filmada no prédio mais alto do mundo, na pancadaria que acontece na garagem e na ação que se desenrola na tempestade de areia.

    Sobre alguma cena ter ficado melhor por ter sido com pessoas reais, contou que algumas até poderiam ter ficado melhores, "mas são coisas diferentes", disse ele, ressaltando que na animação você imita qualquer coisa, mas é no "ao vivo" (com atores) que você consegue mais espontaneidade.

    RÚSSIA, ÍNDIA E RIO DE JANEIRO?

    "Temos um roteiro!"

    A aventura se passa em vários países de continentes diferentes e quando um jornalista perguntou sobre a América do Sul, o produtor Bryan Burk lembrou que uma parte do filme ser passaria no Rio de Janeiro, mas o roteiro mudou. "Isso acontece", disse ele, "e mais de uma vez".

    Bem humorado, contou que logo ao aceitar o convite para o projeto, perguntou a J.J. Abrams, diretor de Missão Impossível 3 e também produtor do atual, se poderia dar uma olhada no roteiro. A resposta foi simples: "Eu tenho vários para você ler".

    Ainda sobre as constantes mudanças durante o processo de filmagem, falou da correria contra o tempo, do desafio de estar 15 dias num local e depois descobrir que precisará de mais seis dias em outro.

    Fora do contexto da atual produção, mas respondendo a pergunta, Burk disse que Star Trek 2 (também será produzido por ele) está encaminhado, com a nave Enterprise sendo construída e que as filmagens devem começar em janeiro de 2012, em Los Angeles. E brincou: "Temos um roteiro!".

    QUATRO FILMES, QUATRO DIRETORES

    "Eu me interessei mais por homenagear o seriado de televisão"

    Exigência de Cruise e marca registrada da franquia Missão Impossível, o rodízio de diretores veio à tona na conversa.

    Perguntado se o trabalho de cineastas autorais, como Brian De Palma no primeiro, John Woo em Missão Impossível 2 e Abrams no terceiro, teriam de influenciado o trabalho, Brad Bird falou que preocupou-se mais com o seriado de televisão e citou a abertura feita com muito capricho.

    "Eu me interessei mais por homenagear o seriado de televisão na sequência de abertura", frisando o quanto pesou em sua decisão o fato de, diferente de outros projetos que apareceram, poder dar uma identidade própria.

    A IDENTIDADE BIRD

    O AdoroCinema perguntou qual seria essa "identidade" dele, mas o cineasta saiu pela tangente. "Eu, provavelmente, não sou a pessoa mais indicada para essa pergunta. O Brian (produtor) pode responder melhor".

    Burk comentou que o tamanho do filme comportaria a utliização de várias câmeras ao mesmo tempo e Brad optou por apenas uma nas sequencias de ação e nas coreografias. "Não existem corte, corte, corte e sim tomadas mais longas".

    "Eu também diria que a comédia é bem forte em relação aos outros. É uma coisa do Brad", reafirmando que o estilo dele está evidente na jornada do personagem e na existência de drama, suspense e coisas engraçadas.

    O PODER DO IMAX CONTRA O 3D

    "É o poder de uma tela verdadeiramente grande com brilho"

    Brad Bird mostrou-se muito satisfeito com o investimento no IMAX em detrimento da opção pelo 3D. Quando questionado sobre o não uso da - agora - popular tecnologia, explicou que considera fundamental trazer o espectador para a ação do filme.

    Disse que gostou do que James Cameron fez com Avatar, mas na maioria dos casos, quando você coloca os óculos, perde iluminação, as telas são menores e "você dá vários passos para trás" no fim das contas.

    No IMAX, você tem uma clareza e uma precisão sem igual, algo que é subestimado pelas atuais produções. "É o poder de uma tela verdadeiramente grande com brilho".

    Sobre os 25 minutos produzidos com IMAX, revelou que o processo é trabalhoso, as câmeras são grandes, pesadas, barulhentas e não compensava usar no filme todo, além da perda de tempo e altos custos. Nessa hora, o produtor interrompeu em tom ameno, ressaltando que as "melhores sequências serão vistas em IMAX."

    "[...] você dá vários passos para trás."

    O MUNDO DA ANIMAÇÃO TERMINOU?

    "Prefiro não ter que escolher"

    Conhecido por Ratatouille (2007) e Os Incríveis (2004), filmes de muitas indicações e prêmios, inclusive o Oscar de Melhor Animação em 2008 e 2005, respectivamente, surgiu a curiosidade sobre um possível abandono do segmento por parte de Brad.

    "Prefiro não ter que escolher", disse o diretor, reforçando que bastaria a oferta de fazer um filme (animação ou não) que ele acredite ser possível fazer algo realmente bom e ele topa.

    Sobra O Gigante de Ferro (1999), provocou risos quando brincou que a animação foi bem recebida por quem viu, mas o problema é que ninguém tinha visto. E sobre uma possível comparação desse trabalho com os realizados com a Pixar, foi bastante objetivo dizendo que a Warner Bros, precisaria aprender mais sobre divulgação, porque ele aprendeu que para dar certo é preciso investir no lado comercial.

    PIXAR

    Bird contou que a experiência no estúdio foi muito boa e ele já conhecia John Lasseter, um dos fundadores, dos tempos de escola. E revelou que embora não tenha nenhum projeto em andamento, frequenta as reuniões normalmente.

    Para o AdoroCinema, reservadamente no fim da entrevista, contou que uma sequência de Os Incríveis ou Ratatouille não estão descartadas e que bastaria uma boa história, porque não querem fazer algo somente pelo dinheiro.

    CARROS, TECNOLOGIA E MERCHANDISING

    Muito comum em filmes de ação, a destruição de carros acontece e com modelos de automóveis de ponta da marca BMW. Quando questionado, o diretor brincou que "o negócio realizado entre eles foi bom", numa provável alusão ao contrato de merchadising.

    Bird destacou que o mais interessante foi poder ter "carros de filme de espião", que poderão ser vistos nas ruas porque são de série. Ou seja, veículos (como o BMW Vision) que poderão ser comprados pelo consumidor em algum momento e não um protótipo construído para o filme.

    Ainda sobre merchadising, provocou risos ao dizer que os produtos da Apple, amplamente usados em cena, apareceram de forma graciosa. Em outras palavras, não foram realizados nenhum tipo de pagamento para que iPhones, iPads, entre outros, fossem manipulados pelos atores. E o motivo - pasme - é que eles (a equipe) adoram a marca.

    Missão Impossível - Protocolo Fantasma terá estreia antecipada para esta quarta-feira, 21.

    Leia a crítica em Missão Impossível - Protocolo Fantasma Jogo animado (Roberto Cunha).

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