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    Sam Raimi não conseguiu levar Thor ao cinema porque "quadrinhos não rendiam bons filmes"

    E olha que o diretor tinha o apoio de ninguém mais, ninguém que Stan Lee.

    Por mais absurdo que hoje possa parecer, havia uma época em que filmes de super-heróis eram a chacota de Hollywood, cortesia dos pífios resultados de desastres como Hulk e Mulher-Gato. Pensar que tal cenário era a norma há pouco mais de 10 anos torna tudo ainda mais esquisito visto o império criado pela Marvel nas telonas, mas foi em um contexto ainda mais difícil do que este para os super-heróis que duas importantes figuras do gênero tiveram um projeto rejeitado: Sam Raimi, diretor da trilogia original do Homem-Aranha, e Stan Lee (The Hollywood Reporter).

    A parceria da dupla quase se concretizou em 2002, quando o icônico quadrinista, falecido recentemente aos 95 anos, aprovou a ideia de Raimi de produzir um longa baseado nas aventuras do Deus do Trovão: "Depois que fiz Darkman - Vingança Sem Rosto, Stan me ligou e disse, 'Ei, garoto, gostei do seu filme'. Ele me levou para almoçar e disse que deveríamos trabalhar juntos. Disse que gostaria de fazer um filme sobre o Thor. Trabalhamos juntos nos roteiros e levamos para a Fox. E eles disseram, 'Não, absolutamente não. Quadrinhos não fazem bons filmes'. Isto foi em 1991", disse o cineasta.

    Vale lembrar que no início dos anos 1990, apenas a DC havia acertado a mão no gênero, com os filmes de Superman e Batman. Mesmo assim, as adaptações de HQs não eram vistas com bons olhos por Hollywood, que descartava estes materiais como produções infantis. Oito anos depois, entretanto, Raimi acabaria sendo escolhido para levar às telonas o herói que mostraria para os produtores contemporâneos que os quadrinhos podem dar lucro no cinema: o Cabeça de Teia. Sobre o projeto, o diretor compartilhou uma anedota curiosa:

    "Consegui o trabalho no Homem-Aranha em 1999. E Avi Arad disse, 'Quero que você coloque Stan no filme'. E eu disse, 'Não, conheço Stan, ele não sabe atuar'. Então Avi disse, 'Quero ele no filme. Fizemos isso com X-Men, vamos fazer isso aqui'. Agora imagine que você um diretor independente na Inglaterra, dirigindo Macbeth, e dizem para colocar o autor na peça. É absurdo [...] Mas hoje a participação de Stan é uma das minhas partes favoritas daquele filme [...] As criações de Stan tem o poder de sua humanidade. E este poder está aumentando exponencialmente com o tempo. O legado dele não acabará", sacramentou Raimi, relembrando o já saudoso escritor.

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