O Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer mais uma vez se tornou o ponto de encontro de centenas de pessoas para celebrar a abertura da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, agora em sua 42ª edição. O tradicional festival começa neste dia 18 e segue até o dia 31 de outubro.
A cerimônia apresentada por Renata de Almeida, diretora do festival, e Serginho Groisman, foi pautada pela palavra 'resistência', presente na maioria dos discursos. Os patrocinadores e apoiadores do festival, incluindo o gerente do audiovisual e literatura do Itaú, Claudinei Ferreira, o secretário municipal da cultura André Sturm, e Mário Mazzilli, diretor da CPFL, salientaram a importância da cultura e de como ela deve ser vista como base para a sociedade contemporânea.
Entre os discursos que apontavam o atual momento de incertezas no cenário cultural brasileiro, a plateia também se manifestou ao entoar gritos de "Ele não" - especialmente quando Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc, subiu ao palco. Representando a entidade que apoia a Mostra desde sua 1ª edição, Miranda primeiramente agradeceu à Renata, que, segundo ele, "mantém este trabalho de maneira positiva e forte, e que merece todo o apoio e respeito por estar à frente desta proposta tão importante para todos".
"A participação do Sesc, mais do que estar junto, representa o objetivo comum. A afinidade da proposta, no sentido de trazer a linguagem do cinema para o Brasil, trazendo visões e perspectivas que são importantes para que a gente veja, sinta, mude, troque... Isso para mim é o extraordinário da atividade cultural em geral, do cinema em particular. Algo que vemos meio ameaçado neste momento. Isso é algo que nos coloca numa situação de certa dúvida, mas nós teremos a possibilidade de poder resistir. A palavra resistência, já dita aqui, tem papel muito especial neste momento. Eu gostaria de insistir nela", disse o diretor, que foi muito aplaudido durante e após sua declaração.
Miranda também afirmou que "a cultura dará respostas para tudo isso na medida em que nós tenhamos a possibilidade de apontar caminhos. As artes terão essa oportunidade. Contem conosco para que isso continue acontecendo".
A diretora Renata também destacou a importância da escolha dos homenageados desta edição da Mostra, que inclui o médico e escritor Drauzio Varella, e os cineastas Jafar Panahi e Hirokazu Kore-eda. "Seus trabalhos promovem a convivência e tolerância entre pessoas", afirmou.
O filme da noite de abertura, A Favorita, do diretor Yorgos Lanthimos, foi exibido logo após a cerimônia. Destaque do Festival de Veneza 2018, o drama de época conta com Emma Stone e Rachel Weisz e está na programação do festival. Confira aqui!