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    Festival de Cannes 2018: Coproduções brasileiras Diamantino e Los Silencios são aplaudidas na estreia

    Um da Semana da Crítica, outro da Quinzena dos Realizadores.

    Fora da disputa pela Palma de Ouro, o Brasil teve dois representantes estreando no Festival de Cannes 2018 nesta sexta-feira, 11 de maio. Embora o português (pelo menos o português brasileiro) tenha continuado de fora da Croisette, tratam-se de duas coproduções, muito bem recebidas pelo público, aliás.

    Aprimeira, Diamantino, é uma parceria do país com Portugal e França e foi exibida dentro do programa da Semana da Crítica. Arrancou muitas risadas ao abordar a história de Diamantino, um craque lusitano à la Cristiano Ronaldo, que enxerga “cachorrinhos felpudos” sempre que se encontra cara a cara com o gol. Ingênuo, “Tino”, depois de sofrer um revés profissional, cai de vez nas garras das irmãs gananciosas, ao mesmo tempo em que decide adotar um refugiado (?!)

    Divulgação

    “Eu tive um sonho estranho essa noite. Sonhei que havia um quarto das pessoas que estão aqui para acompanhar o filme. E que as pessoas não sabiam se podiam rir durante a exibição”, confessou o codiretor (português) Gabriel Abrantes - que divide a assinatura do longa com Daniel Schmidt. O resultado, com o perdão do trocadilho, foi um golaço, a julgar pela empolgação do público, que lotou a sala Espace Miramar, de 400 lugares.

    Anunciada como uma sátira político-econômica-social-sexual de tons fantásticos, a produção cumpriu a promessa. Especialmente para os brasileiros presentes, que puderam se deleitar com o sotaque quase infantil usado pelo ator protagonista Carloto Cotta (da trilogia As Mil e Uma Noites). “O ícone esportivo é um alvo fácil para o humor, mas os diretores encontram imagens criativas para significar o universo infantilizado de Diamantino” (leia a crítica completa aqui).

    Divulgação

    Sai Portugal, entra a Colômbia. Mais tarde, foi a vez de Los Silencios ser aplaudido. Muito aplaudido em sua estreia pela Quinzena dos Realizadores. O país latino-americano divide com França (de novo) e Brasil os aportes do filme dirigido pela brasileira Beatriz Seigner.

    Muito emocionada, ela subiu ao palco do Théâtre Croisette, igualmente cheio, para dedicar a exibição a todos aqueles que lutaram pelo direito à liberdade, especialmente na América Latina, que “vive uma crise democrática cíclica”.

    Isso porque seu filme, que se passa na tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, narra a difícil rotina de quem tem que lidar com as desgraças da guerrilha urbana. Falado em espanhol - com Enrique Diaz no elenco -, Los Silencios tem como principal personagem Amparo (Marleyda Soto), cuja filha e o marido (Diaz) estão desaparecidos.

    A premissa dura dá origem a um retrato mais contemplativo, fantasioso até, da realidade, baseada na história da infância de uma amiga colombiana da diretora, conforme Seigner revelou em Cannes.

     

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