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    Pequena Grande Vida: Indicada ao Globo de Ouro, Hong Chau diz que Hollywood não sabe lidar com os asiáticos (Entrevista exclusiva)

    Atriz de origem vietnamita revela que amiga chegou a sugerir que ela mudasse seu nome para “Helen”.

    No novo filme de Alexander Payne (Os Descendentes), Pequena Grande Vida, a tecnologia evoluiu a tal ponto, que a ciência descobriu um meio de encolher o ser humano - sem efeitos colaterais, mas de forma irreversível - a um percentual de 0,0364% da massa e volume originais (o que resulta em uma altura média de 12 cm por pessoa).

    Mas... quem iria querer ficar pequenininho? Em tese, a proposta é a solução da lavoura (literalmente), uma vez que o consumo reduzido e a consequente drástica diminuição do lixo produzido, seria uma forma (a mais radical) de preservar o meio ambiente. Na prática, a medida significa que quem tem US$100 mil no mundo “regular” possuiria o equivalente a US$12,5 milhões no universo reduzido, ou seja, seria possível viver uma vida de luxo com “pouco”.

    Quando Paul Safranek (Matt Damon) decide embarcar na "brincadeira", ele conhece Ngoc Lan Tran (Hong Chau), uma ex-ativista vietnamita que passou pelo processo contra a vontade e hoje, manca, se encontra fazendo faxina na rica Leisure Land, depois de conseguir fugir de seu país de origem numa caixa de TV (“regular size”). “Ela é muito integrada, está na linha de frente da trama, movendo-a para frente”, diz Hong, em entrevista ao AdoroCinema, em Los Angeles, no início de dezembro do ano passado.

    E ela tem razão. Ao lado de Damon, a simpática atriz é a verdadeira protagonista de Downsizing (no original). Fato raro em Hollywood para atores “não caucasianos” - nascida nos Estados Unidos, ela é filha de pais vietnamitas. E Hong tem uma teoria sobre o porquê dessa escassez de bons papéis, que, ela espera, não acontece por "maldade": "Eles simplesmente não sabem o que fazer”.

    Para ela, que teve pequenas participações em Big Little Lies e Vício Inerente, o destaque de sua personagem em Pequena Grande Vida serve de lição. Uma forma de “se assegurar que você não está simplesmente jogando alguém no pano de fundo para dizer ‘Ei, temos um negro, um asiático, aí está sua diversidade’. Você tem que estar interessado na história deles, na perspectiva deles. Em incluí-los na história, torná-los vitais à trama”.

    Chau se recorda da boa intenção da melhor amiga, que sugeriu que ela mudasse seu nome para “Helen”, para “as pessoas não zombarem mais de mim". "Hong é o nome que a minha mãe me deu! Meus pais me deram esse nome! Não vou mudar para facilitar as coisas para você”, avisa, do alto de seus 1,55 m.

    Ainda assim, ela concorre como atriz “coadjuvante” ao Globo de Ouro, na premiação que acontece na noite deste domingo, 7 de janeiro (a lista completa você confere aqui). A relação dos indicados ainda não havia sido anunciada na época da entrevista. Mas dado o excelente trabalho de Hong Chau em Downsizing - e sabendo como a máquina de Hollywood funciona - nem chega a ser surpresa.

    Na entrevista, Hong Chau ainda revela como contribui para proteger o meio ambiente (“não é tão difícil, na verdade”) e quem encolheria (que pergunta?!) do numeroso elenco de Big Little Lies.

    Pequena Grande Vida tem previsão de estreia em 22 de fevereiro no Brasil.

     

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