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    Submersão: James McAvoy fala sobre a “profundidade do afeto e da intelectualidade” no novo filme de Wim Wenders (Entrevista)

    Ou: ‘Professor Xavier conta como foi filmar cenas românticas com a esposa do Magneto’.

    Getty Images

    Baseado no elogiado romance homônimo escrito por J.M. Ledgard, Submersão, novo filme do cultuado Wim Wenders, não é para os fracos. Pelo menos, não para aqueles que carecem de massa encefálica. Dividido em duas (três?) linhas narrativas, a produção relembra como James More (James McAvoy) e Danielle Flinders (Alicia Vikander) se conheceram - e se apaixonaram.

    No tempo “presente”, no entanto, eles se encontram a quilômetros de distância um do outro. Ele, capturado por jihadistas na Somália, é torturado, suspeito de ser um espião infiltrado para reportar atividades da al-Qaeda na região. Ela, uma biomatemática, está prestes a embarcar numa missão até o fundo do oceano.

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    “As conversas deles não eram divertidas, eram quase acadêmicas, e o filme responde à altura em relação à profundidade do afeto e da intelectualidade”, disse o ator protagonista, em entrevista ao AdoroCinema, no último Festival de Toronto (TIFF), em setembro, quando o filme estreou mundialmente.

    Na ocasião, o intérprete do Professor Xavier na saga X-Men (de cabelos raspados para viver outro “careca”, na sequência de Fragmentado) falou sobre o exaustivo cronograma de filmagem (a produção teve locações na Alemanha, Espanha, França - especialmente na região da Normandia -, Djibuti e Ilhas Féroe - um território da Dinamarca, entre a Escócia e a Islândia) e respondeu se foi "estranho" beijar a namoradinha de um amigo dele. (Ou, traduzindo para a linguagem do clickbait, “Professor Xavier conta como foi filmar cenas românticas com a esposa do Magneto”).

    Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista. Submergence (no original) estreia no próximo dia 19 de abril nos cinemas brasileiros.

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    Você conseguiu imaginar a história por completo na primeira vez que leu o roteiro?

    Sim, consegui. Mas apenas confiei no que achei ser um casal articulado, inteligente, filosófico e científico, especialmente olhando pelo ângulo da personagem dela. As conversas deles não eram divertidas, eram quase acadêmicas, e o filme responde à altura em relação à profundidade do afeto e da intelectualidade. Mas em termos de ver como tudo funcionaria junto, não entendi muito bem. Quando você entrelaça várias linhas narrativas no roteiro, acho que é muito raro que o filme saia exatamente daquele jeito. Se é um quebra-cabeças no papel, será um quebra-cabeças ainda maior no corte final.

    Você já tinha dito que se acha parecido com seu personagem. Por quê?

    Não sei… Eu não interpretei um personagem, por assim dizer. Interpretei a mim mesmo como se eu vivesse um estilo de vida muito diferente, tivesse um trabalho muito diferente. E é claro que isso o faz ser outra pessoa, que não sou eu. Ele teve experiências que nunca terei, mas ele era mais parecido comigo do que vários outros personagens que já interpretei.

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    Na prática, como foi filmar em diversas locações?

    No final de semana, eu enlouquecia. Usava muitas drogas, bebia, comia tudo que podia. Não, estou brincando [risos]. Mas eu tentei relaxar um pouco nos finais de semana. O Djibuti é um país relativamente seguro e foi por isso que escolhemos filmar lá. É um bom local para reproduzir a Somália. Mas a infraestrutura foi um desafio para nós lá, especialmente para uma produção do nosso tamanho. Não chegamos lá com centenas de milhões de dólares. Foi uma filmagem estilo antigo e esquisita, mas foi divertida. Pude filmar em mais países em uma só produção do que já filmei no resto da minha vida inteira.

    Você conseguiu sair do cronograma de filmagens em Djibuti para conhecer o local?

    Quando faço um filme em um país estrangeiro, vejo o lugar de outra forma. Ganho acesso a comunidades e conheço pessoas que eu não conheceria ou que teria que me esforçar muito para conhecer se eu estivesse de férias. Então, uma das coisas que adoro ao viajar para filmar é este acesso que ganho. Pude conhecer um dos menores vilarejos de Djibuti e passear por lá durante três ou quatro dias. Mesmo com as filmagens, você consegue andar pelas ruas e sentar nas calçadas e em dez minutos, você ganha uma experiência que nunca teria se estivesse de férias. E se você achar que está em perigo, sempre pode correr de volta para a segurança da equipe de 50 pessoas que está te acompanhando. Adoro viajar para filmar.

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    Você já conhecia Alicia Vikander, certo?

    Eu já a conhecia por causa do Michael Fassbender [a atriz é esposa do ator que dá vida ao Magneto no universo X-Men], mas não muito. Nos conhecemos [melhor] no set.

    Não é estranho fazer cenas românticas com a esposa do seu amigo?

    Não. Eu fui casado com uma atriz [Anne-Marie Duff] durante nove anos, vivi com ela durante 13. E nós tínhamos que fazer várias cenas românticas com outras pessoas. É parte do trabalho. Não foi esquisito para mim. Espero que não tenha sido esquisito para ela.

     

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