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    Cinema brasileiro bate recorde de produções em 2016, mas filmes independentes ainda lutam por espaço

    As produções alternativas ganham nova oportunidade de exibição através da Sessão Vitrine Petrobrás.

    Esta semana, a ANCINE e o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual divulgaram os dados da produção nacional em 2016, com muitos resultados a comemorar.

    O ano passado trouxe 143 filmes brasileiros lançados nos cinemas, um recorde histórico. Foram 97 ficções, 45 documentários e apenas uma animação. Estes títulos somaram 30,4 milhões de ingressos vendidos, a melhor marca desde 1984, graças a sucessos como Minha Mãe é uma Peça 2Carrossel 2 - O Sumiço de Maria Joaquina e É Fada.

    Outros números positivos são o crescimento de filmes dirigidos por mulheres (20,3% do total), o aumento das salas de cinema (80% das novas salas encontram-se em cidades do interior do país) e o índice de 16,5% de ingressos totais vendidos a filmes brasileiros (contra 13% em 2015).

    E o cinema independente?

    No entanto, alguns fatores ainda merecem atenção. Enquanto o cinema comercial quebra recordes, as produções autorais têm cada vez menos espaço de exibição. De acordo com os dados da ANCINE, o número de cinemas dedicados a estes filmes diminuiu no último ano. Entre os 143 filmes brasileiros lançados, 66% não chegaram a 10 mil espectadores.

    Esse lado preocupante da cinematografia nacional foi destacado durante a apresentação da Sessão Vitrine Petrobrás, um projeto que vai lançar 15 filmes de baixo orçamento em 2017, garantindo a cada um deles pelo menos duas semanas em cartaz em mais de 20 cidades do Brasil. Quando saírem das salas, os títulos já terão acordos de exibição em plataformas digitais, como o VoD.

    Alguns filmes lançados pelo novo projeto são os premiados A Cidade Onde Envelheço, Jonas e o Circo Sem Lona, Martírio, RifleElon Não Acredita na Morte e Divinas Divas.

    Os cineastas presentes parabenizaram a iniciativa, ressaltando a necessidade de projetos alternativos para dar visibilidade ao cinema autoral. Leandra Leal, diretora de Divinas Divas, afirmou ser "uma loucura concorrer de igual para igual com filme grande", brigando pelas mesmas salas e com o mesmo preço do ingresso. (A Sessão Vitrine Petrobrás terá ingressos a preço reduzido).

    Davi Pretto, de Rifle, lembrou a importância de colocar estes filmes juntos, estabelecendo "um diálogo entre as temáticas e estéticas". O projeto começa dia 9 de fevereiro, com a estreia de A Cidade Onde Envelheço.

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