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    Festival do Rio 2016: Redemoinho “não seria um filme possível dentro dos moldes da TV”, comenta roteirista

    Sucesso na televisão, a dupla José Luiz Villamarim e George Moura fala sobre a aguardada migração para o cinema.

    Depois do sucesso de séries como O Canto da Sereia, O Rebu e Amores Roubados – todas na TV Globo –, a expectativa era grande para a estreia da dupla José Luiz Villamarim (direção) e George Moura (roteiro) nos cinemas. O resultado é Redemoinho, exibido pela primeira vez no sábado, 8, pela mostra competitiva (Première Brasil) do Festival do Rio 2016.

    O filme conta a história de dois amigos que se reencontram na véspera de Natal, na cidade de Cataguazes (MG). Depois de vinte anos morando em São Paulo, Gildo (Julio Andrade) retorna às origens para as comemorações de fim de ano. “É um cara que está muito ligado ao capitalismo”, conceitua o intérprete, em entrevista ao AdoroCinema. Lá, ele e Luzimar (Irandhir Santos), que não saiu da cidade, vão desenterrar fantasmas do passado.    

    Para Villamarim, o que mais o interessou nessa trama foi o texto original, “O Mundo Inimigo – Inferno Provisório Vol. II”, do escritor Luiz Ruffato. “Eu li e vi que ali tinha uns personagens do que eu chamo de um Brasil um pouco profundo. Um Brasil de que a gente ainda não tinha retratado muito no audiovisual, a ‘classe C’, com desejos de adquirir coisas, de pensar a vida, ou seja, personagens existencialistas”.

    “Eu demorei tanto a fazer cinema porque queria realizar um filme que tivesse alguma pesquisa, alguma ousadia”, comenta, a respeito da “migração” para a tela grande.

    “Não há nenhuma dúvida de que a televisão aberta é um desafio para o roteirista. Porque você precisa fisgar aquele telespectador nos primeiros segundos, nos primeiros minutos. Isso impõe um certo modelo narrativo”, completa George Moura. “Um filme como o Redemoinho, eu diria que é a antítese disso. A construção narrativa desse filme tem uma complexidade que passa também pela espera do envolvimento. Não seria um filme possível dentro desses moldes da televisão”.  

    O autor da adaptação ainda comentou a análise do teórico do roteiro, Robert McKee, que, em visita ao Brasil em 2014, declarou que faltava "subtexto" às séries brasileiras, depois de assistir a O Canto da Sereia. “Acho, sinceramente, que ele não entendeu”.

    Confira a entrevista completa no vídeo acima.

    Redemoinho ainda não tem data de estreia em circuito comercial no Brasil.

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