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    Ventos de Agosto e O Último Cine Drive-in vencem o Prêmio Netflix 2016

    Longas-metragens nacionais farão parte do catálogo da rede de streaming em 190 países, atingindo mais de 33 milhões de pessoas.

    O longa-metragem pernambucano Ventos de Agosto e o brasiliense O Último Cine Drive-In foram os grandes vencedores do 2º Prêmio Netflix, realizado pela gigante do ramo do streaming para selecionar filmes nacionais que serão adicionados ao catálogo global do serviço, alcançado 190 países e 33 milhões de pessoas.

    Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro, venceu o prêmio do júri, composto pela atriz Alice Braga, o ator Fabrício Boliveira, os diretores César Charlone, Fernando Andrade e Adriana Dutra, o jornalista Hugo Gloss e a youtuber Lully de Verdade. Ao todo, 10 filmes foram selecionados para concorrer à chance de chegar ao catálogo mundial da Netflix: Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós DoisA História da EternidadeMy Name is Now, Elza SoaresLevante!CalifórniaÀ Queima RoupaO Último Cine Drive-InPorque Temos EsperançaObra e os dois filmes que venceram os prêmios principais.

    O hermético filme pernambucano estreou no circuito de salas de cinema do Brasil em novembro de 2014 e passou por diversos festivais de cinema do Brasil e do mundo. A atriz Dandara de Morais recebeu o prêmio dado a Ventos de Agosto em nome do diretor Gabriel Mascaro, que não estava presente na cerimônia. "Eu fiquei impressionada quando descobri que o filme estava concorrendo. O filme não é muito comercial. Na verdade o filme não é nada comercial, é um filme independente", disse Dandara em entrevista ao AdoroCinema. "O streaming tem futuro. Para você ver, um filme tão pequenininho vai estar em 190 países. Imagine quantos outros não vão poder vir? A gente não conhecia a Netflix há poucos anos e agora bombou. A gente acorda, almoça e come vendo Netflix".

    A atriz interpreta Shirley na trama de Ventos de Agosto, que mescla documentário e ficção, drama e toques de comédia. Ela uma das três personagens principais do enredo, uma moça que se muda da cidade grande para uma pequena vila no litoral de Alagoas para cuidar de sua avó. Ela trabalha numa plantação de côco com seu namorado, Jeison (Geová Manoel dos Santos), aficionado por pesca submarina. A rotina pacata dos dois é interrompida com a chegada de um pesquisador (interpretado por Mascaro) que trabalha registrando o som dos ventos. "A gente se relacionou muito com os moradores da vila. A gente teve que criar junto com eles. Tivemos que ganhar a confiança deles porque a gente estava contando histórias pessoais deles", afirmou a atriz ao comentar o processo de produção do longa-metragem, que contou com atores não-profissionais no elenco.

    O Último Cine Drive-In, de Iberê Carvalho, foi o grande vencedor na categoria júri popular, recebendo mais de 7.100 votos do público. A votação foi realizada através de compartilhamentos no Facebook e no Twitter. Califórnia, de Marina Person, e My Name Is Now, Elza Soares, de Elizabete Martins Campos, foram, respectivamente, o segundo e o terceiro filme mais votado.

    Na trama, Othon Bastos interpreta Almeida, um homem que faz questão de manter na ativa um abandonado cinema Drive-In em Brasília que ele inaugurou na década de 1970. Marlombrando (Breno Nina), filho de Almeida, retorna à sua cidade natal para cuidar de sua mãe após anos e precisará lidar com os problemas financeiros do seu pai, que pode perder o Cine Drive-In.

    O diretor Iberê Carvalho afirmou que ainda não sabe o que estar disponível em tantos países pode significar, efetivamente, para a O Último Cine Drive-In. "É algo que eu ainda não consigo mensurar para a carrreira do filme", afirmou o cineasta ao AdoroCinema, ressaltando que chegar a um cenário global "foi o melhor cenário possível para o filme", que chegou a mais de 35 aos cinemas do circuito comercial brasileiro em agosto de 2015 e que já passou por diversos festivais, como os festivais do Rio e de Gramado.

    Ao comentar sobre a mudança de plataforma -- dos cinemas para um serviço de vídeo por demanda na internet --, Carvalho avaliou: "Acho que hoje você tem que fazer um filme pensando que ele vai ser visto em várias mídias. Claro que não tem como negar que o lugar que onde o cinema se coloca em seu maior potencial, em sua plenitude de experiência para o espectador é na sala de cinema."

    O diretor ainda falou sobre o tema central de seu filme, que tem um caráter universal. "A trama central do filme está em torno de um rapaz que está perdendo a mãe e se vê obrigado a se reconciliar com o pai. Eu acho que isso é universal. Isso pode, no mundo inteiro, tocar as pessoas. Numa segunda camada nós temos uma pessoa tentando manter vivo aquele lugar que ele construiu uma relação afetiva de trabalho, que é um cinema e isso também é universal. A gente lembra de Cinema Paradiso, de como o filme tocou o mundo todo sendo filmado numa pequena cidade da Itália. O amor ao cinema também é algo universal hoje."

    Em 2013, foi realizada a primeira edição do Prêmio Netflix e o filme eleito para entrar no catálogo da companhia foi Apenas o Fim, de Matheus Souza.

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