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    30 grandes filmes sobre o cinema

    Quando a sétima arte descortina os artistas, os bastidores, a criação, as possibilidades, enfim, a própria sétima arte.

    Produzir cinema pode ser fascinante. E enlouquecedor.

    O processo cinematográfico

    O Desprezo (1963)

    Enquadrar um dos filmes mais complexos sobre o cinema num subtema é quase uma heresia. Mas tem um motivo. Le Mépris de fato se desenrola durante uma produção cinematográfica; e uma adaptação da Odisseia, de Homero. Mas esse é apenas um ponto de partida objetivo para a reflexão tipicamente poética e existencial de Jean-Luc Godard — que, durante um conflituoso período de filmagens, versa (dentre outras coisas) sobre a permanência da imagem e o poder do cinema.

    Trovão Tropical (2008)

    Outro filme ambientado durante a realização cinematográfica, porém por um viés satírico (e nada político, nada correto). Ben Stiller faz uma grande piada sobre Hollywood, seus tipos e mitos, a produção do cinema norte-americano, os gêneros de ação e comédia, confusão entre ficção e realidade — e, por fim, sobre si mesmo.

    A tensão das filmagens

    Precauções Diante de uma Prostituta Santa (1971)

    A tensão que se estabelece como ponto de partida nos filmes supracitados ganha força nessa obra de Rainer Werner Fassbinder. O profícuo (em quantidade e qualidade) diretor alemão narra experiências pessoais e universais do fazer cinematográfico, onde a falta de material e comando nas filmagens descortinam conflitos existenciais de ordem pessoal e profissional, em âmbito individual e coletivo, compondo um cenário de caos que é metáfora do próprio cinema — a tal "puta sagrada" desconstruída no título.

    A Noite Americana (1973)

    Grande personagem da Nouvelle Vague ao lado de Jean-Luc Godard, François Truffaut foi um dos cineastas mais apaixonados que o cinema já viu. Tanto que foi incapaz de esconder isso num filme sobre romances, brigas, vícios e os mais variados contratempos (de gravidez a morte) durante a gravação de um longa-metragem.

    Cinema: vaidade e loucura

    O Jogador (1992)

    Nesse cenário, não é difícil imaginar que realizadores menos apaixonados simplesmente enlouqueçam por causa do cinema. A linha tênue entre glória e fracasso é uma grande responsável disso, e Robert Altman — um autor tão dedicado ao seu ofício, à sua arte — viu isso de perto e a contragosto. Desse desprezo e noção da megalomania de Hollywood nasce a premissa absurda de O Jogador, sobre um executivo de estúdio que, após sucessivos fracassos de bilheterias e ameaças anônimas, acaba matando o roteirista de um de seus filmes. O destaque do filme é um plano sequência de 8 minutos emulando a icônica abertura de A Marca da Maldade, de Orson Welles

    Coração de Caçador (1990)

    A fogueira de vaidades de Hollywood poderia explicar uma desilusão por parte do cineasta retratado e interpretado por Clint Eastwood. Encantado pela natureza selvagem africana, John Wilson simplesmente abandona as filmagens de seu novo longa-metragem, gravado em locações na África a seu pedido. Porém, a história é baseada em fatos reais, no lendário diretor John Huston durante a conturbada produção de Uma Aventura na África, com Humphrey Bogart e Katharine Hepburn. E assim a dedução praticamente se inverte. Um mérito de Coração de Caçador é não dar respostas óbvias sobre o que teria motivado a dispersão de Huston à ocasião, mas seu foco em caçar um elefante diz muito sobre um possível acesso de vaidade que tenha acometido o cineasta.

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