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    Festival de Berlim 2015: El Club, sobre os crimes da Igreja Católica, é um forte candidato ao Urso de Ouro

    O perturbador suspense de Pablo Larraín causou desconforto na Berlinale.

    Surgiu o favorito? Depois de quatro dias com diversas produções boas (45 Years, Taxi), mas nenhum filme excepcional apresentado ao público, uma obra causou furor no festival de Berlim: El Club, de Pablo Larraín.

    O diretor de No parte para uma obra muito mais sombria, sobre um grupo de padres que vive isolado em uma casa à beira do mar. Eles não se vestem com roupas religiosas, mantêm hábitos contrários à religião (bebem, fazem apostas), e não se comunicam com o mundo ao redor. Um dia, a chegada de um novo padre causa uma verdadeira revolução no lugar.

    Aos poucos, o espectador descobre exatamente porque estes religiosos estão afastados da prática: todos eles cometeram crimes graves no passado. Com um asfixiante clima de suspense, Larraín introduz casos de violência, pedofilia, rapto de menores e outras atrocidades.

    Com bela fotografia (vide a foto acima), ótimo trabalho de elipses e uma análise profunda da psicologia dos personagens, El Club foi uma excelente surpresa. O filme ganhou uma longa salva de palmas da plateia, e seria surpreendente se partisse para casa sem ao menos um prêmio (o Urso de Ouro? Melhor roteiro?). O cinema chileno tinha sido representado na véspera por El Botón de Nácar, do veterano Patricio Guzman, agora foi vez de Larraín representar muitíssimo bem a nova geração do cinema no Chile.

    Walter Salles, um brasileiro em Fenyang

    Segunda-feira também foi o dia da primeira exibição do documentário de Walter Salles: Jia Zhang-ke, um Homem de Fenyang. O cineasta brasileiro partiu para a China para acompanhar a trajetória de seu grande amigo, o cineasta Jia Zhang-ke. Visitando os cenários de seus filmes, e relembrando passagens da infância do diretor, Salles tenta compreender de onde vem a inspiração para obras como Platform e Um Toque de Pecado,

    O público acolheu muito bem o documentário, lotando as plateias do cinema Kino Internacional. Walter Salles estava presente na sessão, explicando como conheceu Jia Zhang-ke pela primeira vez - justamente no festival de Berlim - e como a Berlinale ajudou a impulsionar a carreira dos dois cineastas. Confira a nossa crítica do filme.

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