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    Cinerama.BC: Último dia da mostra competitiva traz conflito Israel-Palestina e terror fantástico

    Cruzeiro ao Paraíso e A Estranha Cor das Lágrimas do Seu Corpo foram os dois longas-metragens que encerraram a mostra competitiva.

    por Bruno Carmelo

    A noite do dia 12 de abril trouxe os dois últimos longas-metragens, e os dois últimos curtas-metragens da mostra competitiva do festival Cinerama.BC, em Balneário Camboriú (SC). A sessão trouxe alguns filmes enérgicos e ousados em suas propostas:

    O curta-metragem brasileiro A Tenista, de Daniel Barosa, acompanha a história de uma adolescente rebelde, revoltada contra a mãe. O tom adotado pelo filme, tanto nos diálogos quanto na direção de fotografia, é de grande naturalidade, mas o aspecto que chama a atenção é o fato de ter sido feito inteiramente em plano-sequência, ou seja, em uma imagem ininterrupta, do início ao fim. O final pode ser abrupto, e o conflito da protagonista é um tanto banal, mas A Tenista se destaca por sua coerência.

    O longa-metragem israelense Cruzeiro ao Paraíso, de Matan Guggenheim, traz uma nova versão, trágica e romântica, para o conflito entre israelenses e palestinos. A ponte entre os dois lados da fronteira é feita por Dora, uma fotógrafa que busca o assassino de seu namorado. O filme é repleto de cenas de ação, romance, drama, além de momentos fantásticos em muitas idas e vindas no tempo. Pode ser uma estrutura bastante confusa, mas no final o diretor consegue amarrar todas as suas pontas, com uma série de revelações mais ou menos convincentes.

    O curta-metragem De Costas Para o Muro, de Miklos Keleti, foi o último do festival, e também o melhor da competição oficial. O suspense é simples, iniciado pelo atropelamento de um animal na estrada. Logo, a vendedora de uma loja de conveniências percebe que há algo muito errado com uma garotinha que entra no estabelecimento, acompanhada pelo pai. Em poucos minutos, o diretor desenvolve bem a história, e as atuações são muito convincentes. Um filme notável, que consegue se preocupar tanto com a coerência narrativa quanto com a expressividade das imagens.

    O longa-metragem A Estranha Cor das Lágrimas do seu Corpo, de Hélène Cattet e Bruno Forzani, fechou a mostra competitiva de maneira no mínimo curiosa. Os diretores são conhecidos pelos filmes de terror fantástico, transitando entre o real e o surreal, mas neste caso a intriga sobre um desaparecimento vai perdendo todo e qualquer nexo, enquanto o roteiro se delicia em embaralhar as cartas, trocar as cenas, repetir momentos. As imagens são atraentes, mas ao longo de 100 minutos, o jogo de (falta de) significados torna-se bastante cansativo.

    A noite do dia 13 de abril vai trazer a entrega de prêmios do júri oficial de curtas-metragens e longas-metragens, além do prêmio do público e do prêmio da crítica, entregue pelos críticos convidados ao evento: Christian Petermann (Revista da Cultura), Pablo Villaça (Cinema em Cena), Eduardo Fernandes (Revista Preview e BR Cine), Joyce Pais (Cinemascope), Aline Fernanda dos Santos (Cinemascope), Pedro Henrique Gomes (Papo de Cinema) e Bruno Carmelo (AdoroCinema). Também será projetado, fora de competição, o longa-metragem A Pelada, a primeira coprodução já feita entre Brasil e Bélgica.

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