"Era muito difícil convencer a atrizes sérias": O sufoco que a produção de 007 Cassino Royale passou para escalar a Bond Girl perfeita
Nathalia Jesus
Nathalia Jesus
-Redatora e crítica
Jornalista apaixonada por cinema, televisão e reality show duvidoso. Grande entusiasta de dramas coreanos e tudo o que tiver o dedo de Phoebe Waller-Bridge.

Responsável pela escalação de James Bond, Debbie McWilliams contou que o teste inicial de Eva Green foi um desastre e que havia resistência dentro da produção antes de ela conquistar o papel que redefiniu as “Bond girls”.

Poucos elementos são tão decisivos para o sucesso de um filme de James Bond quanto o ator que interpreta o próprio 007. Mesmo produções irregulares conseguiram se sustentar graças ao carisma de seus protagonistas, como aconteceu com a fase de Roger Moore. Mas o par romântico do espião também tem papel essencial, e em 007: Cassino Royale (2006), essa importância ficou evidente com a atuação de Eva Green como Vesper Lynd, considerada por muitos a melhor “Bond girl” da franquia.

Em entrevista à Radio Times, a veterana diretora de elenco Debbie McWilliams revelou que a busca pela intérprete de Vesper foi mais complicada do que parece. Ela lembrou que, na época, Daniel Craig enfrentava resistência por ser o primeiro “Bond loiro”, algo que gerou controvérsias antes mesmo das filmagens. Mas, no caso da personagem feminina, o desafio era outro: superar o preconceito em torno das “Bond girls”.

007 - Cassino Royale
007 - Cassino Royale
Data de lançamento 15 de dezembro de 2006 | 2h 18min
Criador(es): Martin Campbell
Com Daniel Craig, Eva Green, Mads Mikkelsen
Usuários
4,4
Assistir em streaming

“Antes desse filme, havia uma espécie de estigma em torno do papel de ‘Bond girl’, e era muito difícil convencer atrizes sérias a sequer considerá-lo”, contou McWilliams.

Resistência a Eva Green e um teste de tela desastroso

Segundo a diretora de elenco, o nome de Eva Green esteve entre as opções desde o início, mas nem todos na produção acreditavam que ela estivesse pronta. “Eva [Green] sempre esteve na lista, mas havia certa resistência. Acho que achavam que ela não tinha experiência suficiente. Ela só tinha feito alguns filmes pequenos, de baixo orçamento”, disse.

Na época, Green era conhecida por papéis em Os Sonhadores e Cruzada, de Ridley Scott. Mesmo assim, conseguiu um teste de elenco, que não correu bem. “Tenho certeza de que ela seria a primeira a admitir que foi terrível. Ninguém a preparou com cabelo, maquiagem ou figurino, e isso não a favoreceu em nada. E o mais assustador é que começamos a filmar Cassino Royale sem ter escalado essa personagem”, relembrou McWilliams.

Além de Vesper, o vilão Le Chiffre — interpretado depois por Mads Mikkelsen — também ainda não havia sido definido quando a produção já estava em andamento.

Uma segunda chance que mudou a história de 007

Mesmo após o teste inicial frustrado, McWilliams e a produtora Barbara Broccoli insistiram para que Green voltasse. “As duas insistimos que Eva retornasse e fizesse outro teste — dessa vez, com cabelo, maquiagem e figurino, e muito mais calma. Foi isso que garantiu o papel”, explicou.

A decisão se mostrou acertada. O desempenho de Eva Green como Vesper Lynd foi essencial para o sucesso de Cassino Royale, considerado por muitos o melhor filme da era Daniel Craig — e um dos maiores da franquia como um todo. Sua personagem trouxe complexidade emocional e ajudou a redefinir o que significava ser uma “Bond girl” no século 21.

facebook Tweet
Links relacionados