Ela é considerada uma das atrizes mais versáteis da história do cinema: Meryl Streep pode facilmente se transformar da fria Miranda Priestley em O Diabo Veste Prada para a cantora Donna em Mamma Mia!. Mas até mesmo uma figura do seu calibre tem momentos de insegurança – e um deles quase teve um impacto decisivo em sua carreira.
No início da década de 1980, poucos anos após sua estreia nas telas, Streep conseguiu o papel principal no drama britânico A Mulher do Tenente Francês, dirigido por Karel Reisz. O nível de exigência da jovem atriz era alto – até demais, como ela mesma acreditava na época. "Estou com tanto medo. Estou com tanto medo de algo que é tão importante para mim", teria confessado a amigos.
Como o medo se tornou perfeição
United Artists
Seu maior obstáculo não era o enredo complexo do filme, mas seu sotaque. Streep teve que interpretar uma americana com um inglês britânico impecável – um desafio que fez até o diretor hesitar. "Meryl estava muito apreensiva no início", lembrou Reisz mais tarde. "Chegamos a considerar dublagem em algumas cenas, caso não desse certo." Mas Streep não seria Streep se deixasse o medo aprisioná-la: com disciplina férrea e treinamento incansável, ela transformou sua insegurança em precisão.
No fim das contas, ela impressionou tanto o público e a crítica que recebeu prontamente uma indicação ao Oscar por sua atuação. A ironia da história: o próprio papel que ela tanto temia foi um marco fundamental em sua trajetória para se tornar um ícone da atuação. Hoje, Meryl é considerada uma mestra dos dialetos, e sua voz entrou para a história do cinema como uma marca registrada inconfundível.
A Mulher do Tenente Francês está na assinatura premium do Prime Video.