Há 20 anos, um lendário fracasso da ficção científica chegava aos cinemas; franquia só sobrevive até hoje graças à determinação do protagonista

Uma coisa bastante comum em Hollywood é que se algo falhar, a possibilidade de sobrevida são quase nulas com grandes chances de uma franquia ser enterrada pelo estúdio ainda no berço. Porém, algumas exceções podem ser encontradas na indústria cinematográfica, como é o caso de A Batalha de Riddick, um filme de ficção científica que fracassou nas bilheterias há pouco mais de 20 anos, mas a saga continuou graças ao esforço de seu protagonista que, inclusive, está cozinhando uma nova aventura para as telonas.

Lançado como uma sequência selvagem do notável Eclipse Mortal, o filme que completa duas décadas em 2024 teve um orçamento bem maior do que a entrada anterior, passando dos 23 milhões de dólares da primeira parcela aos 120 milhões para a continuação. Foi uma grande aposta da Universal Pictures, que esperava que ela se tornasse sua nova grande franquia de ficção científica e aproveitasse a enorme popularidade que Vin Diesel conquistou no início dos anos 2000.

Tudo isso permitiu que David Twohy fosse muito mais ambicioso, tanto em termos de enredo quanto na estética. As expectativas eram altas e é preciso reconhecer que continua a ser a maior bilheteria da saga com uma arrecadação mundial de 115,9 milhões de dólares, mas é evidente que o seu sucesso não compensou o fato do seu orçamento ter se multiplicado por cinco.

Sabe-se que o lançamento apenas uma semana após a estreia de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban impediu que o filme tivesse sequer o consolo de ter alcançado o número 1 dos cinemas norte-americanos. E é verdade que não começou mal, com 24,2 milhões no primeiro fim de semana, mas depois os números tiveram uma queda vertiginosa.

Tudo apontava para o fim da franquia e a última coisa que veríamos dela seria A Fúria de Riddick, média-metragem de animação que serviu de ponte entre os dois filmes, título que também não fez muito barulho na época. Foi então que Vin Diesel deu um golpe de mestre que permitiu que a saga continuasse.

Uma ressurreição improvável

Unviersal Pictures

A questão é que a Universal queria que o ator aparecesse no terceiro filme da saga Velozes & Furiosos, que passava por um momento bastante delicado. O problema é que a Diesel queria fazer uma terceira aventura de Riddick, chegando a oferecer 10 milhões de dólares para conseguir os direitos, mas a Universal recusou.

Foi então que se chegou a uma solução: o astro concordou em fazer uma participação especial no final de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio em troca dos direitos de uma franquia que consideravam inútil. Dessa forma, é claro que Vin Diesel se concentrou durante anos na saga Velozes e Furiosos, tendo que esperar até 2013 para estrelar Riddick 3. Com um orçamento de 38 milhões, os 98,3 milhões que arrecadou nos cinemas deixaram claro que havia interesse público e que a única coisa realmente essencial era ajustar o custo econômico.

No entanto, o projeto também não foi um sucesso impressionante, então a quarta parcela levou mais de uma década para ser concretizada. Depois de anos e anos de rumores, Riddick: Furya - ou simplesmente Ridick 4 - começou a ser filmado no final de agosto de 2024 e provavelmente chegará aos cinemas em 2026.

Tudo indica que o filme terá um orçamento nos moldes de seu antecessor, mas é um grande milagre que uma franquia que todos pensavam estar morta em 2004 tenha conseguido sobreviver. Na verdade, não se trata de algo divino, mas fruto de uma determinação implacável (e dinheiro o suficiente) para fazer a tempestade perfeita acontecer. Com as gravações supostamente encerradas, agora o filme passa pela pós-produção e a estreia, que ainda segue um mistério, é iminente.