Os números falam por si: no Rotten Tomatoes, Batman vs Superman - A Origem da Justiça tem uma aprovação média de apenas 28%, e é amplamente considerado um fracasso. Mas há quem veja as coisas de forma bem diferente, porque, enxergando o filme de Zack Snyder como uma obra primitiva e poderosa que nos domina como um rolo compressor.
Não há dúvida de que Batman vs Superman tem problemas óbvios. Narrativamente, muitas vezes fracassa – o que se deve ao fato de abrir muitas caixas de Pandora, que não são preenchidas adequadamente à medida que a trama se desenvolve. Mas, ao ignorar isso, o longa funciona principalmente como uma experiência física.
Snyder criou um blockbuster implacável que parece impensável nessa faixa de orçamento (US$ 250 milhões). Tudo começa com a abertura fenomenal, quando Bruce Wayne (Ben Affleck) vagueia por uma Metrópolis que acaba de ser declarada zona de guerra devido ao confronto entre Superman (Henry Cavill) e General Zod (Michael Shannon). Prédios desabam, crianças gritam pelos pais, nuvens de fumaça escurecem o céu. Puro horror.
Warner Bros.
A escuridão avassaladora que Batman vs Superman desencadeia no início continua até o final. Zack Snyder criou um colosso de quadrinhos extenuante e brutal que realmente possui uma visão artística. Dá para perceber que traz consistentemente a assinatura de seu diretor.
Um estudo perturbador sobre o medo
O que paralisa em Batman vs Superman não é apenas seu impacto audiovisual. Snyder também consegue infundir profundidade nos personagens, colocando Bruce, um filho da violência, contra Clark, um filho do amor.
O filme é, em sua essência, um estudo opressivo sobre o medo – do próprio destino, do desconhecido e, em última análise, de si mesmo.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça está na HBO Max.