Está se tornando frequente demais encontrar blockbusters com orçamentos multimilionários, vendidos com muita pompa, mas que depois não parecem tão espetaculares como deveriam. Enquanto isso, filmes mais modestos, realizados com ambição, mas orçamentos pequenos, conseguem impressionar mais através do uso da engenhosidade.
Um diretor como Gareth Edwards conseguiu filmes que parecem impressionantes com orçamentos de todos os tipos, e Jurassic World: Recomeço parece seguir nessa linha. Mas ele conseguiu algo muito mais impressionante em sua estreia indie Monstros, com apenas uma hora e meia de duração e um orçamento pequeníssimo.
Na última viagem da NASA pelo espaço, descobriram-se novas formas de vida e, para pesquisa, amostras foram trazidas para a Terra. O problema foi que, na viagem de volta, a nave que transportava as amostras se chocou, especificamente na região fronteira entre México e Estados Unidos. A situação não está totalmente controlada e, por isso, a metade norte do México se encontra em quarentena.
Os mexicanos e as tropas dos Estados Unidos lutam para conter as criaturas. Um muro que se estende ao longo da fronteira com os Estados Unidos mantém os americanos protegidos. Essa situação também fez com que as relações entre mexicanos e norte-americanos piorassem consideravelmente. Para mostrar ao mundo a realidade da situação, uma corajosa jornalista decide acompanhar um jovem turista pela zona restrita até chegar à fronteira com os Estados Unidos.
Edwards tinha desde muito jovem o impulso de fazer um filme sobre invasões alienígenas e considerou diferentes abordagens que saíssem do normal. Inicialmente queria explorar um bairro residencial dos subúrbios atingido pelos visitantes, mas depois o lançamento de Guerra dos Mundos o fez mudar de ideia. Quando quis explorá-lo no formato de found footage, estreou Cloverfield – Monstro, e ele teve que pensar em algo diferente.

Monstros: outro olhar para as invasões
O resultado foi apresentar a história nos dias posteriores à chegada dos monstros e colocar a ação em um país vizinho aos Estados Unidos que receberia menos atenção e ajuda. Isso adiciona um componente de conflito político interessante, indo além do impacto direto da destruição, e adiciona tensão à viagem por estrada que os protagonistas realizam.
Ele faz isso com apenas meio milhão de dólares de orçamento, calculando ao máximo os momentos onde usar efeitos especiais. E consegue fazer com que pareçam excelentes, melhores que muitos blockbusters de hoje em dia, porque estamos diante de um diretor que sabe como empregá-los da melhor maneira. Isso ajuda a posicioná-lo como um dos diretores de ficção científica mais impressionantes do momento.
Atualmente, você encontra Monstros disponível para aluguel ou compra no Apple TV.