A obra-prima de ficção científica Stalker, de Andreï Tarkovsky, ao mesmo tempo pitoresca, reflexiva e morbidamente perturbadora, fica gravada na memória com suas imagens inesquecíveis e narrativa calma e multifacetada. Isso rendeu ao longa um lugar entre os 50 melhores filmes de todos os tempos, segundo a Sight & Sound!
Conheça a história de Stalker
Um especialista local deve levar um escritor e um professor a uma zona proibida e hermeticamente fechada. Eles querem procurar o chamado “Quarto”: uma sala na qual todos os sonhos daqueles que entram se tornam realidade. A aventura acaba se tornando uma jornada para o professor e o escritor que excede suas imaginações.
Tarkovsky e o diretor de fotografia Aleksandr Knyazhinsky filmaram alguns dos cenários extraordinários desta distopia de ficção científica nos arredores de Tallinn, na Estônia, em usinas hidrelétricas abandonadas e localizadas a uma curta distância de uma fábrica de produtos químicos cujos resíduos contaminados faziam a água brilhar.

Stalker foi feito anos antes do desastre de Chernobyl, mas desde então tem sido quase impossível não pensar nas consequências da tragédia nuclear ao assistir ao filme. Essa estética visual opressiva, às vezes surpreendente e cativante inspirou inúmeras mentes criativas (Jonathan Nolan, por exemplo, citou o marco de Tarkovsky como fonte para a série Westworld).
Coexistência e oposição entre ciência, arte e fé
Stalker não é apenas uma jornada opressiva por um cenário pós-apocalíptico apresentado em mundos de cores mutáveis: a distopia, através da qual lampejos efetivos de esperança correm em pontos marcantes, é ao mesmo tempo uma história contada com tremenda calma que permite uma variedade de interpretações.
As mais populares são que as figuras centrais representam ciência, arte e religião. Assim, o marco da ficção científica mostra três disciplinas cujas interações entre si oscilam constantemente entre a harmonia e a antipatia. Mas não importa qual interpretação você siga: vale a pena assistir Stalker várias vezes.