Lançado em 1995 com uma arrecadação de mais de 150 milhões de dólares, o que não era nada mal para a época, Maré Vermelha é um daqueles famosos filmes de ação que quase todo mundo viu na época, mas que, com o passar do tempo, não chegou a ser lembrado como um dos mais icônicos do gênero.
No entanto, é um dos melhores trabalhos de seu diretor Tony Scott, que, depois do fascinante Top Gun (1986), se destacou com outros filmes como Inimigo do Estado, Amor à Queima-Roupa, O Último Boy Scout ou o que estamos falando hoje: Maré Vermelha.
Estrelado pelo muito jovem Denzel Washington no papel principal, Maré Vermelha se passa na era pós-soviética e conta a história de um motim entre o capitão de um submarino e o vice comandante do submersível quando recebem a ordem de se aproximar do costa da Rússia para realizar um ataque.
O filme, dirigido por Tony Scott e roteirizado por Michael Schiffer, começa tendo como pano de fundo o conflito na Chechênia. Um grupo de ultranacionalistas russos assumiu o controle de uma base estratégica de mísseis nucleares e o movimento ameaça o mundo, de modo que o submarino nuclear mais poderoso dos Estados Unidos recebe uma missão: patrulhar a costa e lançar um ataque nuclear preventivo, se necessário.
No entanto, surgem tensões a bordo do submersível sobre o que fazer. O veterano capitão Frank Ramsey (interpretado por Gene Hackman) e o tenente-comandante Ron Hunter (Washington) são colocados um contra o outro, pois duvidam da legalidade das ordens, e a tripulação do submarino fica dividida entre os dois homens, tornando inevitável uma luta pelo controle do navio em meio ao caos externo.
Além de Washington e Hackman, o elenco do filme inclui nomes conhecidos como Viggo Mortensen e o falecido James Gandolfini. A trilha sonora, que é um dos grandes pontos fortes do filme, foi composta pelo fabuloso Hans Zimmer, que ganhou um Grammy por seu trabalho.
Buena Vista Pictures
Menos conhecido, no entanto, é o envolvimento em Maré Vermelha de um cineasta famoso, que na época estava apenas começando: Quentin Tarantino, que nunca foi creditado por seu trabalho, mas desenvolveu algumas partes importantes do roteiro.
Embora o roteiro do filme tenha sido escrito por Schiffer, Tony Scott, impressionado com o trabalho de Tarantino em Amor à Queima-Roupa, recomendou seu nome ao estúdio para mexer no roteiro original. Tarantino acabou incorporando seu estilo característico em muitas sequências, que podem ser reconhecidas principalmente pela introdução de referências da cultura pop no diálogo.
No entanto, o cineasta não aparece nos créditos do filme, e a razão disso está em uma polêmica entre Tarantino e Denzel Washington no set do filme. De acordo com o que veio à tona na época, Washington ficou profundamente ofendido com alguns diálogos de Tarantino, que ele considerava racistas, e o criticou na frente de toda a equipe. Essas falas foram descartadas e o envolvimento do diretor foi uma experiência ruim.
Depois de anos sem se falarem, Washington revelou, em 2012, que ele e Tarantino tinham feito as pazes há cerca de 10 anos.
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