Febre da Selva: Críticas

Vocês certamente se lembram do grande clássico, "Adivinha Quem Vem Para O Jantar (1967)" não é? Uma obra-prima que colocava o ator negro Sidney Poitier como um bem sucedido doutor que se apaixona por uma moça branca - sentimento mútuo - e juntos decidem seguir em frente mesmo com as enormes e odiosas barreiras sociais a frente, como o pai da moça e sua família - mas precisamente seu pai -. O diretor Spike Lee usa dessa obra sua principal influência na construção de "Febre Da Selva (1991)". Colocando Wesley Snipes como um bem sucedido fulano que recebe como assistente uma jovem italiana e logo se sente atraído por ela, colocando em risco seu matrimônio. Não demora muito para que os dois comecem a sofrer os tortos olhares daqueles que estão em volta e todas as consequências que o relacionamento deles pode trazer. A obra de Lee não permite que você escolha um lado, já que aparentemente todas as raças tem algo para se queixar da outra. O mais atraente do filme é justamente a maneira com a qual Spike Lee conseguiu abordar não somente a história de um casal interracial tentando sobreviver às adversidades, mas também o preconceito religioso e até onde ele pode levar um desesperado pai em busca da salvação eterna. O filme coloca vários personagens para se confrontarem por diferentes formas de preconceito e todas igualmente repulsivas.
Samuel L. Jackson brilha em cada cena que aparece e tem o protagonismo em mãos cada vez que surge em cena. Ódio, preconceito racial e religioso, adultério e abuso de drogas pesadíssimas são temas absolutamente fortes que conseguem ser amenizados graças a belíssima trilha sonora do gênio Stevie Wonder.
Aconselho que assista esse brilhante filme logo após assistir ou reassistir o clássico mencionado no começo deste texto. Você verá que Spike Lee criou sua versão da história só que sem os finais felizes dos filmes de Walt Disney.