A carreira de Eddie Murphy vai de mal a pior. Não no aspecto financeiro, pois ainda tem uma platéia cativa para as suas comédias que estão menos engraçadas a cada filme. Já saturou a mania de Eddie Murphy interpretar vários papéis. Em "PROFESSOR ALOPRADO" ainda havia um certo nexo causal entre o indivíduo gordo, tímido e intelectual que fazia contraponto com o magro, expansivo e epicurista. Em "NORBIT", Eddie Murphy faz o papel do personagem do título, um menino que foi deixado ainda bebê numa lavanderia de um chines, que se encarregará de criar o menino tímido que se apaixona pela sua colega (a lavanderia se tornou uma espécie de orfanato). Quis o destino que a menina fosse adotada e se mudasse de lugar. Uma das piadas - se é que se pode denominar desta forma - sobre o elo enorme entre as duas crianças é que ambas evacuavam juntos, de mãos dadas. Se você achou infame esta passagem, outras piores virão ao longo da 1h40 minutos de projeção. Norbit só escapa das gozações dos seus colegas - nesta altura já estamos na adolescência do rapaz - quando Rasputia, uma menina obesa e truculenta o protege. A dupla Norbit e Rasputia irá casar. Os irmãos de Rasputia são uns picaretas; trabalham no ramo da construção e exploram o pobre Norbit. Exatamente o mesmo Rasputia faz com ele. A vida de Norbit só irá mudar quando a sua namorada de infância, interpretada pela bela Thandie Newton, volta à cidade querendo reerguer o orfanato e assim ajudar outras crianças. Os planos do namorado de Thandie Newton, interpretado por Cuba Gooding e dos irmãos de Rasputia são outros: transformar o orfanato num prostíbulo e lucrar muito. O roteiro é repulsivo, é ruim demais, sem uma única idéia minimamente razoável. Avisem o sr. Eddie Murphy, que graças a Deus não ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por "DREAMGIRLS", que ficar dando gritinhos afetados e muita maquiagem não irão transformá-lo num grande ator. Um filme que precisa de flatos para arrancar alguns risos da platéia é pífio, ignóbil, enfim, qualquer adjetivo repugnante seria aplicável. Thadie Newton e o coral da Igreja são as únicas coisas boas desta película que já faturou o troféu "abacaxi do ano".