Dirigido e roteirizado pelos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, A Criança se passa nos subúrbios de Liège, na Bélgica. Mais um extraordinário drama dos irmãos Dardenne, um soco no estômago e a temática típica de mostrar a condição humana, repleta de desequilíbrios sem meio tom, cinema cru. Bruno (Jérémie Renier) e Sonia (Déborah François) são dois marginalizados jovens que acabaram de ter a um bebê há nove dias. Os dois, sem emprego e perceptivas de futuro, limitam-se a sobreviver do subsídio de desemprego de Sonia e dos roubos insignificantes que Bruno e sua gangue pratica. Um filme longe dos cartões portais europeus, uma região muito pobre de Seraing. O casal vive um desequilíbrio emocional desastroso, levando o recém-nascido como um brinquedo, de um lugar a outro sem paradeiros e um lar. Por terem sido documentaristas os irmãos Dardenne sempre inspiram um inconfundível estilo naturalista em seus filmes. A Criança conduz a abster-se de julgamentos, pois, parece fácil condenar Bruno por suas atitudes. O final, porém, lança uma luz pequena e necessária no sombrio mundo das imaturidades dos dois, não há como provar que tudo irá melhorar, algo, no entanto, conduz a mudanças. Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2005. Prêmios Joseph Plateau 2005, Melhor Filme, Melhor Realizador Belga, Melhor Cenário, Melhor Ator para Jérémie Renier, Melhor Atriz para Déborah François.