Desta vez ninguém irá tirar o Oscar de melhor diretor das mãos do professor de cinema da New York University, Martin Scorsese. Ainda prefiro seus trabalhos dos anos 70/80, como "TAXI DRIVER", "NEW YORK, NEW YORK", "TOURO INDOMÁVEL", além de "GOODFELLAS". Acho que a maturidade fez com que Scorsese adotasse uma posição mais comercial, seja pelos atores convidados, seja pelo roteiro, enfim, ele fez concessões a ponto de tornar "OS INFILTRADOS" no seu maior sucesso de bilheteria. A violência crua, entretanto, tal como Scorsese sempre apresentou ao longo de toda a sua carreira, está presente. Como também estão o mundo ambíguo dos bons e dos ruins; dos policiais e dos mafiosos. O filme se passa em Boston, Massachusetts, onde a polícia local envia o jovem Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) como agente infiltrado na gangue de Frank Costello (Jack Nicholson). Este, do seu lado, também tem um agente seu infiltrado na polícia, Collin Sullivan (Matt Damon). O roteiro cheio de idas e vindas é uma brincadeira de esconde-esconde, para saber qual dos agentes infiltrados irá vencer. Ambos só tem uma coisa em comum: a psiquiatra da polícia de Boston, que vive com Collin e tem um caso com Billy. Os diálogos escritos pelas mãos de William Monahan são ótimos. Gostem ou não, Leonardo di Caprio tem uma atuação soberba. Jack Nicholson, na pele de qualquer vilão, é brincadeira, tamanha a sua categoria. O retrato do submundo irlandês, italiano, com a trilha sonora de rock, além de muita violência, fazem deste o ganhador do Oscar de melhor filme de 2007.