Sinopse:
A história de um antigo homicídio em Crystal Lake não impede que alguns jovens montem um acampamento de verão no bosque. Moradores supersticiosos advertem sobre o ocorrido, mas os instrutores Jack, Alice, Bill, Marcie e Ned prestam pouca atenção aos mais velhos e acabam sendo perseguidos por um assassino brutal.
Crítica:
"Sexta-Feira 13", lançado em 1980, é um marco no gênero de terror, que deixou sua marca na cultura pop e influenciou gerações de filmes posteriores. A direção de Sean S. Cunningham nos traz de volta a uma época em que o medo era despertado pela simplicidade e pela atmosfera inquietante de locais isolados. A ideia de um grupo de jovens despreparados enfrentando uma força implacável na natureza é um conceito que ressoa até hoje, tornando a experiência do espectador intensa.
Um dos aspectos que merece destaque é a capacidade do filme de criar tensão. Cunningham utiliza bem o silêncio e os sons da floresta para criar um ambiente carregado de expectativa. As sequências em que os personagens são perseguidos são bem construídas, gerando uma emoção palpável, mesmo que, em muitos momentos, isso venha acompanhado de clichês próprios do gênero. A utilização da trilha sonora, com sua icônica melodia, ajuda a construir a atmosfera de pavor e é um dos elementos mais memoráveis do filme.
As atuações do elenco, embora não sejam particularmente memoráveis, têm seu valor. Betsy Palmer, no papel de Pamela Voorhees, traz uma presença marcante, especialmente em sua revelação final, oferecendo uma perspectiva interessante sobre a loucura materna. Kevin Bacon, em seu papel relativamente breve, mostra já um potencial que o tornaria um dos grandes nomes de Hollywood.
No entanto, o filme peca em vários aspectos. As motivações dos personagens muitas vezes parecem rasas, e seu desenvolvimento, quase inexistente. Isso acaba fazendo com que, em momentos cruciais, o espectador não se preocupe tanto com o destino dos monitores. Além disso, o enredo é previsível, e o grande “twist” ao final, embora tenha sido uma surpresa na época, perdeu um pouco de seu impacto com o passar dos anos e a proliferação de filmes de terror que seguiram uma fórmula semelhante.
Outro ponto a ser destacado é a representação de violência e a forma como ela é retratada. Apesar de "Sexta-Feira 13" ser um pilar do cinema slasher, a maneira que os assassinatos são apresentados pode parecer excessiva sem um propósito maior. Claro, a violência é uma parte essencial do gênero, mas ela poderia ter sido utilizada de forma mais criativa ou menos gratuitamente.
Por fim, "Sexta-Feira 13" se destaca como um filme que, apesar de suas falhas, conseguiu capturar a essência do medo que assola a juventude. Ele serve como uma carta de amor ao terror em suas raízes mais simples, e, para muitos, representa o início de uma tradição de filmes que continuam a ser assistidos com entusiasmo nas noites de sexta-feira 13. É um filme que, com todas as suas imperfeições, ainda conquista um lugar no coração dos fãs de terror, permanecendo como uma peça icônica da década de 80.