Todo Mundo em Pânico 3... Ou, como eu gosto de chamar, "A Hora que a Série Lembrou que Tinha Orçamento e Esqueceu que Precisava Ter Graça". Lançado em 2003, esse filme é a prova de que até as franquias mais escrachadas têm seu "meh" fase—aquele momento em que os produtores olham para o sucesso dos dois primeiros e pensam: "E se a gente só jogar um monte de referências aleatórias numa tela e torcer para o Leslie Nielsen salvar a coisa?"
O filme começa com uma paródia de O Chamado, porque nada diz "vamos reciclar um clássico do terror" como duas adolescentes morrendo porque assistiram uma fita de vídeo (sim, vídeo, essa coisa que millennials só conhecem do museu). A cena já entrega o tom: "Olha, a gente ainda faz piada com mortes absurdas, mas agora com um orçamento maior!"
Depois disso, somos jogados numa colcha de retalhos de referências aleatórias:
- Sinais (com direito a plantações misteriosas e um Mel Gibson caído—ops, digo, Charlie Sheen).
- Matrix Reloaded (porque 2003 não era 2003 sem uma piada com o Neo).
- 8 Mile (com direito a uma batalha de rap tão constrangedora que até o Eminem sentiria vergonha alheia).
A trama principal? Cindy (Anna Faris), agora jornalista, tenta decifrar a maldição da fita assassina enquanto lida com um sobrinho superdotado (que, claro, é tão irritante que você torce pra fita matá-lo logo). No meio do caminho, há aliens, um presidente burro (Leslie Nielsen, o único que ainda tenta salvar essa bagunça) e Brenda (Regina Hall), que morre cedo porque até os roteiristas cansaram dela.
- Cindy Campbell (Anna Faris): Ainda a protagonista mais desastrada do cinema, agora promovida a repórter (porque sim). Seu maior talento? Ficar confusa enquanto o roteiro joga referências aleatórias nela.
- George Logan (Simon Rex): O "herói" que tem o carisma de um pão dormido e o talento para rap de um adolescente branco do subúrbio. Sua cena na batalha de rap é tão ruim que dói.
- Tom Logan (Charlie Sheen): O fazendeiro viúvo que parece mais preocupado em não rir das próprias piadas do que em salvar o mundo.
- Brenda Meeks (Regina Hall): Morre rápido, mas ainda rouba a cena. Sua morte é a melhor parte do filme—e isso diz muito.
- O Presidente (Leslie Nielsen): O único que ainda age como se estivesse num filme de comédia. Sua presença é tão aleatória quanto genial.
- Cody (Drew Mikuska): O sobrinho superdotado que todo mundo quer atropelar. Sua cena final sendo atropelado é a única justiça poética do filme.
O filme tenta manter o humor escrachado dos antecessores, mas parece que alguém esqueceu de avisar que "aleatório" não é sinônimo de "engraçado". Destaques (ou lowlights) incluem:
- A Batalha de Rap do George: Uma sequência tão forçada que até os personagens olham pra câmera como quem diz "por favor, acabem com meu sofrimento".
- A Morte da Brenda: Ela é esmagada por um televisor porque O Chamado não tinha orçamento pra isso. Pelo menos foi rápida.
- O Alien Michael Jackson: Sim, um alien se disfarça de MJ. Não, não é engraçado. Sim, é tão constrangedor quanto parece.
- O Arquitecto de Matrix no Farol: Porque nada diz "vamos enfiar uma referência aleatória" como colocar o mesmo ator de Matrix explicando a maldição da fita.
- O Final "Emocionante": Cindy e George se casam, esquecem o sobrinho no meio do nada, e ele é atropelado. "Família é tudo!"
Todo Mundo em Pânico 3 é aquele filme que você assiste quando já viu os dois primeiros e tá com preguiça de pensar. Ele tem alguns momentos engraçados (quase todos graças a Regina Hall e Leslie Nielsen), mas a maioria das piadas é tão forçada que dói.
É pior que os anteriores? Sim. Ainda vale a pena? Só se você estiver bêbado ou nostálgico demais.