“Hellboy e o Homem Torto” retorna às raízes sombrias das HQs de Mike Mignola, com uma narrativa mais contida e voltada ao horror, afastando-se das superproduções anteriores. Com orçamento modesto de US$ 20 milhões, o filme adota uma estética que remete a produções feitas por fãs, algo que, longe de ser um demérito, reforça sua autenticidade e fidelidade ao material original.
A trama acompanha Hellboy (Jack Kesy) e a parapsicóloga Bobbie Jo (Adeline Rudolph) investigando um vilarejo dominado por bruxas e pelo Homem Torto, uma entidade que corrompe almas. Diferente das versões de Guillermo del Toro, o foco aqui não é o apocalipse, mas os horrores locais e pessoais, reforçando a essência sombria e melancólica dos quadrinhos.
Embora a atmosfera seja envolvente, o filme sofre com a passividade dos protagonistas, que frequentemente aguardam o perigo acontecer antes de agir, prejudicando o ritmo em momentos-chave. A direção de Brian Taylor, no entanto, compensa com uma ambientação rica e a exploração eficiente dos elementos de horror.
Com atuações marcantes de Joseph Marcell e Leah McNamara, além de uma fotografia tensa e uma trilha sonora intrusiva, o filme equilibra simplicidade e intensidade, ainda que a sequência final se estenda mais do que o necessário.
“Hellboy e o Homem Torto” pode não agradar a todos, mas entrega uma adaptação fiel e honesta das HQs, oferecendo uma experiência intimista e sombria para os fãs do personagem.