"A baleia" novo filme do brilhante diretor Darren Aronofskyi vai fundo em seus próprios ideias cinematográficos, apesar de ser uma história adaptada de uma peça de teatro os elementos "Aronofskyikianos" estão lá, a imersão psicopática em algo, as analogias e metáforas, as críticas religiosas e a obsessão, esse último presente em todos os seu trabalhos. E fica fácil entender porque o diretor escolheu essa peça para adaptar. O primeiro elemento que salta aos olhos é atuação de Brendan Fraser, ele está brilhante, ao mesmo tempo que é uma atuação sofrida e carismática sentimos uma raiva do personagem por sua falta de combatitivade por conta da culpa, sua entonação e atuação corporal também são incríveis, outro grande destaque da atuação é o da sua amiga e cuidadora Liz vivida por Hong Chau que está ótima fazendo uma interpretação de uma personagem dura e amigável, por outros lado, um dos pilares da história, a jovem Ellie interpretada por Sadie Sink faz uma atuação mais caricada e fraca. O roteiro é muito bom, todo bem encaixado, cheio de moralidade e alegorias, com diálogos e um texto quase pessoal falando sobre escrever com paixão e não com técnica, essas passagens são belas e tocantes, gosto muito dessa pessoalidade no texto de "A baleia". A fotografia é escura e triste tal qual a composição de cenário suja, sem sol, é sempre um clima depressivo e hostil, a maquiagem é um elemento a parte e deve chegar forte para o óscar. Darren Aronofskyi traz cenas angustiantes, parece que estamos sempre ofegantes vendo seu filme e a vida do protagonista sendo mantida por um fio. Um ponto que me tira um pouco do filme é a mesmo que me tira do filme anterior de Aronofskyi , o longa "mãe", de 2016, ambos vão fundo demais em suas metáforas religiosas e poéticas além de terem uma montagem lenta, também não gostei do uso de câmera e da trilha sonora embora a mixagem de som seja ótima. 8/10