Baseado no livro escrito por Donald Ray Pollock (que atua como narrador do filme), “O Diabo de Cada Dia”, longa dirigido e co-escrito por Antonio Campos, aborda diversos personagens que lutam, cada um à sua maneira, com as suas imperfeições - ou, como preferir, com o lado negativo de sua existência que cada um deles tem que enfrentar a cada dia.
São várias linhas narrativas, que, em um momento (ou em múltiplos) de “O Diabo de Cada Dia”, irão se entrecruzar. O filme enfoca a história de pessoas que têm em comum entre si, além daquilo que destacamos no início da nossa resenha crítica, o aspecto trágico em suas vidas - seja ele na forma de perdas, da presença da violência (em todos os seus sentidos), ou da corrupção (também em todos os sentidos que essa palavra há de ter).
Querendo quebrar essa sina, temos Arvin (Tom Holland), um jovem órfão bem intencionado, que vive com a avó e o tio numa pequena cidade, e que ama a jovem (Eliza Scanlen) que foi criada com ele - e que também é órfã - como a uma irmã. Assim como o seu pai (Bill Skarsgård), ele tem um instinto de proteção muito grande com aqueles a quem ama - e é isso que o moverá no decorrer do filme.
“O Diabo de Cada Dia” é um filme que tem elementos muito interessantes, porém que falha na forma como o roteiro está estruturado. Como, por boa parte do tempo, as diversas histórias que compõem a trama não dialogam entre si, o filme só começa a fazer sentido quando essas tramas se cruzam. Os momentos finais do longa também são muito positivos. Por um momento, queremos que a realidade imaginada por Arvin seja verdadeira. Ele merecia isso, depois de tudo o que passou.