Esta é a primeira vez que escrevo uma crítica, no AdoroCinema, e confesso que resolvi faze-la somente por conta da enxurrada de avaliações negativas que li por aqui.
“Seu Filho” é o terceiro filme do José Coronado que eu tive o prazer de assistir. O primeiro, “Um Contratempo”, também apresenta uma história envolvendo um crime a ser solucionado, porém neste o suspense e as revelações são apresentados de formas que me agradam um pouco mais; mas isso não quer dizer, necessariamente, que se trata de um filme melhor. Até porque, voltando ao que interessa, “Seu Filho” é um longa que, a meu ver, tem como principal pretensão, provocar algumas reflexões nos telespectadores.
O filme nos entrega o drama de um pai (Jaime) que, após o filho (Marcos) ser brutalmente espancado e ficar inconsciente, decide ir em busca de respostas e, sobretudo, justiça. No entanto, durante o desenvolvimento da história, começos a questionar os métodos de um pai desesperado que claramente confunde (ou não) justiça e vingança. Além disso, também somos apresentados a uma relação familiar (do Jaime com a mulher e a filha) no mínimo estranha, mas que poderia ser melhor explorada.
Não quero entregar nenhum spoiler, mas sei que a forma “abrupta” como o filme termina, muito parecida com a do fantástico “Lady Bird: A Hora de Voar”, não costuma agradar muita gente. Mas o interessante desse desfecho é a abertura de espaço para alguns questionamentos: O que está por vir? E a justiça? Os criminosos ficarão impunes?
Na minha opinião, nada disso importa de fato. Afinal, um filme não precisa responder tudo. Nós podemos, e precisamos, fazer nossas próprias reflexões. É justamente por isso que vos lanço uma das minhas: quem busca vingança tem algum senso de justiça?