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    Skate Kitchen
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Skate Kitchen

    Caminhos da juventude

    por Lucas Salgado

    Responsável pelo interessante documentário Os Irmãos Lobo, sobre seis irmãos que passaram a vida trancados em um apartamento, a diretora Crystal Moselle faz sua estreia no cinema de ficção com Skate Kitchen, destaque do Festival de Sundance de 2018.

    Os dois filmes possuem algumas coisas em comum, como grupos de personagens muito fechados entre si e mesmo um caráter documental e naturalista. Mas também são bastante antagônicos. Enquanto o documentário era sobre ficar preso em seu mundo, a ficção é sobre uma descoberta da liberdade, ainda que acompanhada de consequências.

    Camille (Rachelle Vinberg) é uma jovem de 18 anos que vive com a mãe, em Long Island, e é apaixonada por skates. Ao se aventurar por Manhattan, ela conhece um grupo de meninas skatistas e passa a fazer parte do mesmo. Na medida em que entra em confronto com a mãe, ela descobre a liberdade nas ruas e vivencia uma série de novas situações.

    Ainda que se alongue um pouco demais com seus 106 minutos, o filme é uma experiência envolvente sobre descoberta e liberdade. A câmera de Moselle e do diretor de fotografia Shabier Kirchner acompanha a protagonista sempre de perto, com cenas realmente fascinantes de skate. A dupla consegue fazer do esporte algo desafiador e contemplativo ao mesmo tempo. São belas as cenas em que a câmera segue as personagens andando pela rua.

    Neste sentido, cabe destacar o rigor estético da obra. Ainda que num tom sempre naturalista, não é fácil gravar sequências como as vistas aqui, muitas com a ajuda de steadicams.

    Vinberg é o grande destaque do elenco composto por nomes jovens e desconhecidos. As caras mais famosas são Elizabeth Rodriguez (Orange Is the New Black), que vive a mãe de Camille, e Jaden Smith, que interpreta o ex-namorado de uma das amigas da jovem, e que despertará o interesse da mesma. 

    O filho de Will Smith não chega a comprometer, mas entrega um personagem menos desenvolvido do que deveria. O espectador nunca tem uma visão muito clara da função dele em cena.

    Com produção da RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira, Skate Kitchen é belo, envolvente e por vezes divertido. É um passeio pela cena do skate ao mesmo tempo que uma reflexão sobre juventude.

    Filme visto no Festival do Rio, em novembro de 2018.

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