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    Correndo Atrás
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Correndo Atrás

    O sonho brasileiro

    por Barbara Demerov

    Paulo Ventania (Aílton Graça) é um homem movido por seus sonhos e pelas memórias que viveu enquanto jogador de futebol. Sabe bem o que quer, apesar de trilhar por caminhos tortos, e faz de tudo para retornar ao mercado esportivo ao conhecer Glanderson (Juan Paiva) e ver no jovem um novo talento futebolístico.

    A história de Ventania possui aquele "jeitinho brasileiro" que cativa e diverte, ao mesmo tempo em que insere na própria comédia uma dinâmica muito interessante entre o "mestre" e o aprendiz. Correndo Atrás é um filme cujas experiências cotidianas são a verdadeira força da trama, e o futebol acaba sendo o catalisador de tudo o que se segue.

    O elenco - formado majoritariamente por negros, todos bem confortáveis em seus respectivos papéis, transmite uma energia natural e vai contra o que alguns filmes abordam quando ambientados em favelas brasileiras: a violência policial dá espaço para pequenos dramas diários de quem precisa de trabalho e não consegue o retorno necessário, como é o caso de Ventania. O drama acaba sendo retirado quase sempre pela comédia, mas mesmo assim a crítica social que o diretor Jeferson De deixa ao longo da narrativa é muito clara: a vida na periferia vai muito além da violência.

    Ao narrar uma história de esperança permeada pelo constante bom humor de Ventania e pelo brilho no olhar do jovem Glanderson, Correndo Atrás atingirá seu objetivo de atrair um público amplo, que se identificará com diferentes aspectos e situações. Afinal, assim como o futebol, perseguir um sonho também é algo universal.

    Filme visto no 13º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, em julho de 2018.

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