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    Operação Avalanche
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Operação Avalanche

    Estudo de linguagem

    por Lucas Salgado

    Um dos capítulos mais fascinantes do século XX, a ida do homem à Lua foi objeto de interesse da sétima arte muito antes que Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisassem por lá em 1969. Em 1902, Georges Méliès realizou Viagem à Lua, que talvez seja o primeiro grande filme da história. Agora, 114 anos depois, o cineasta independente Matt Johnson chega com seu Operação Avalanche.

    Coprodução entre Estados Unidos e Canadá, o longa se passa em plena Guerra Fria, no momento em que EUA e União Soviética travavam uma corrida espacial. Diante da suspeita de que um espião russo estava infiltrado na NASA para sabotar o projeto Apollo, a CIA envia quatro de seus agentes para passarem um período na agência espacial disfarçados de uma equipe de filmagens que trabalha em um documentário sobre o processo de se tentar levar o homem à Lua.

    Operation Avalanche (no original) é um falso documentário que insere situações e personagens absurdos em um momento real. De certa forma, lembra Zelig, clássico de Woody Allen, com os atores sendo colocado ao lado de pessoas reais em uma imagem de arquivo.

    Com elementos de comédia, drama e thriller político investigativo, o filme vale mais como experiência cinematográfica e exercício de linguagem do que como cinema. Tem problemas de desenvolvimento da história e de ritmo, mas acaba compensando-os pela originalidade e imprevisibilidade da trama e pela tentativa de fazer vários tipos de cinema em um só longa.

    O diretor arrisca no uso do enquadramento, das cores, da granulação e muito mais. E oferece algumas cenas realmente marcantes, como uma perseguição de carro já no trecho final.

    Além de escrever e dirigir, Matt Johnson é protagonista do filme. Ele interpreta o agente da CIA Matt Johnson. Sim, boa parte dos personagens possui o mesmo nome de seus intérpretes.

    Criativo em termos de linguagem e gênero, Operação Avalanche também se apresenta como uma grande ode ao cinema. São inúmeras referências cinematográficas, algumas discretas, outras bem claras, como na presença constante do nome de Stanley Kubrick

    Filme visto durante a cobertura do 5º Olhar de Cinema de Curitiba, em junho de 2016.

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