Stan Laurel, o Magro, e Oliver Hardy, o Gordo, foram uma dupla famosa e popular de comediantes, que fizeram sucesso no cinema norte-americano, desde o período dos filmes mudos até a Era de Ouro de Hollywood. Entre as décadas de 20 e 40, os dois protagonizaram cerca de 106 filmes - dentre curtas sonoros, curtas mudos e longas-metragens. Parte da história deles nos é contada no longa "Stan & Ollie: O Gordo e O Magro", dirigido por Jon S. Baird.
Baseado no livro escrito por A.J. Marriot, "Stan & Ollie: O Gordo e O Magro" se passa no ano de 1953, quando Laurel (Steve Coogan) e Hardy (John C. Reilly) embarcaram em uma turnê pelo Reino Unido (Inglaterra, Irlanda e Escócia). A turnê tinha como objetivo, além do reencontro da dupla, o desejo dos dois se afinarem para um próximo projeto cinematográfico, que seria a adaptação da história de Robin Hood, o heroi da mitologia inglesa.
Ao longo das apresentações, veremos o filme tratar, principalmente, sobre as relações desgastadas e as frustrações entre os dois, ao mesmo tempo em que nos revela que, mesmo com tantas rusgas entre eles, a sintonia nos palcos era perfeita e a magia rolava solta quando Laurel e Hardy estavam juntos. O tom adotado pela direção de Jon S. Baird é da melancolia de quem sabe que o apagar das luzes está próximo.
Filmes como "Stan & Ollie: O Gordo e O Magro", que fazem um retrato específico da jornada artística de personalidades que, um dia, foram populares e, com o tempo, entraram no ostracismo não são uma novidade em Hollywood. Basta pensar que, recentemente, tivemos "Judy: Muito Além do Arco-Íris", filme de Rupert Goold, com um recorte muito parecido com o que assistimos na obra de Jon S. Baird. Em comum entre as duas obras, além do sentimento de melancolia, que já citamos; uma mostra dos efeitos nefastos que a indústria possui sobre aqueles que alcançaram um enorme sucesso e não conseguem se manter no topo. A roda gira rápido - e não é diferente na indústria cinematográfica, a qual pode ser um tanto ingrata com os seus grandes nomes.