Leandro Hassum bombou nas telinhas ao interpretar, junto com Marcius Melhem, a dupla de seguranças do Zorra Total. De lá pra cá o comediante só colheu frutos: fez algumas peças de teatro no estilo stand-up comedy, ganhou programa próprio, recebeu convites para protagonizar diversos filmes. O cara é bom e não tem como negar. O problema é que o resultado disso tudo acaba sendo uma imagem desgastada do ator ao parecer interpretar o mesmo personagem todo o tempo.
Numa história esquisita e meio sem pé nem cabeça, Hassum vive Fernando, um homem prestes a se casar com a caipira Nara (Fernanda Rodrigues), mas se envolve numa situação muito constrangedora ao rasgar o vestido da Ex-BBB Valentina (Renata Dominguez) após um flagra dela com seu amante Ceição (Marcos Veras), o segurança de seu marido. O fato é que agora Fernando conta diversas mentiras para sua noiva enquanto tenta resolver a situação. Sim, aquela básica comédia de erros que as situações mais inusitadas acontecem. Nessa caminhada, se unem a família da noiva, um estilista de alta costura, a ex-mulher de Fernando, um paparazzi e uma socialite.
É nessa confusão sem precedentes e sem muita preocupação se o roteiro faz algum sentido, que Leandro Hassum acaba salvando o filme com suas caras e bocas e seus improvisos. Há sim algum destaque para alguns outros personagens, mas que acaba afundando ainda mais a comédia.
Gerson Sanginitto e Paulo Aragão acabaram que por optar pelo riso forçado, com bordões que não funcionam e estereótipos sociais. A plateia, logicamente, percebe essa jogada de trazer atores consagrados para uma comédia ruim e acaba não gostando e torcendo para acabar logo. E é isso o que acontece mesmo: há uma insistência tão grande pela graça com base na repetição que o espectador torce pelo fim rápido.
Apesar do longa estar aquém das expectativas, vale observar o amadurecimento do Hassum como comediante. Ele mudou um pouco a fórmula em relação aos filmes anteriores. Mesmo mantendo os trejeitos que o consagraram, soube levar a comédia de um jeito menos maçante como em Até Que a Sorte nos Separe.
A esperança fica para que Sanginitto ajuste suas próximas comédias tendo como foco uma história mais centrada e cativante, do que uma sopa de comediantes famosos para chamar o público. Ou ainda, que volte para seu estilo anterior, como no filme Área Q. Neste o diretor foi bem mais feliz.