De arrepiar (e emocionar). Rogue One é um derivado que nada deve a franquia original, se sustenta perfeitamente dentro daquilo que se propõe : Ser um filme de guerra com uma trama de roubo e espionagem. Edwards supera o desafio de fazer um 'Star Wars' apenas com personagens novos, envolvendo o espectador e criando boas cenas. Se por um lado o cuidadoso roteiro amarra perfeitamente a narrativa ao seu sucessor natural (Uma Nova Esperança, que se inicia momentos após o roubo dos planos da estrela da morte, aqui retratado), Chris Weitz, John Knoll, e Gary Whitta não se limitam ao fan service e criam todo um contexto próprio, empregando um nível de dramaticidade nunca antes vista na série original. Outro ponto positivo é o desenvolvimento dos personagens, tanto do núcleo principal, quanto dos coadjuvantes. Felicity Jones encanta com sua doce e destemida Jyn Erso, a heroína da história pode não ter o mesmo peso e carisma de uma Leia, mas seu arco dramático é desenvolvido com cuidado e perspicácia, já que apesar de ser teoricamente apenas mais uma rebelde recrutada pela Aliança, a mesma é peça fundamental para o sucesso da empreitada dos tripulantes da Rogue One. Não a toa, nos momentos finais a personagem assumi formas de uma verdadeira comandante de guerra. Outro destaque do elenco principal é Diego Luna, seu Cassian Andor é quase um Han Solo ainda na High School, e o tom de dubiedade e mistério que o ator passa é perfeito. Entre os coadjuvantes, Ben Medelsohn é quem se destaca como o ambicioso Orson Krenic, embora sua vilania seja minimizada pela (excelente) participação especial de Darth Vader, protagonista das melhores cenas do filme. Mads Mikelsen é o único que não consegue dizer a que veio, apesar do peso que seu personagem têm na trama. Mesmo com uma carga dramática dissonante dos filmes originais, as sequências de humor rendem alguns dos melhores momentos do longa, com destaque para o ácido e irônico K-2SO. Drama, humor, ação e muitas referências. Rogue One é, sem dúvidas, o Star Wars que mais se aproxima do clima da trilogia original, contribuindo de forma brilhante com o fantástico universo criado por George Lucas. Uma espécie de Esquadrão Suicida que deu certo(quem já viu o filme vai entender), Os Bastardos Inglórios da Galáxia vão deixar saudades. PS: Apesar da participação muito boa de Darth Vader, as melhores cenas ficam mesmo por conta das sequências finas de ação, com destaque para os Death Troopers, mais uma boa novidade do longa. Outra cena de destaque fica nos minutos finais, mais aí não vou entrar em detalhes porque não quero dar nenhum spoiler. Mas já vou dizendo que é linda e comovente, de marejar os olhos.