Média
3,9
601 notas
Você assistiu Um Limite Entre Nós ?
2,5
Enviada em 18 de abril de 2017
Baseado na aclamada peça teatral escrita por August Wilson (que também fez a adaptação cinematográfica do texto) e vencedora do Pulitzer Prize for Drama e do Tony Award de Melhor Peça, Um Limite Entre Nós, filme dirigido e estrelado pelo ator Denzel Washington, mantém a essência teatral do texto, na medida em que sua força maior vem dos diálogos e das palavras escritas por Wilson.

O filme se passa na década de 50 e acompanha o relacionamento entre uma família afro-americana, que vive num bairro proletário e que se depara com os desafios de ser um negro naquela conjuntura histórica. O patriarca, Troy Maxson (Denzel Washington), é alguém cujos sonhos foram tolhidos pela falta de oportunidade que era dada aos negros norte-americanos. Entender isso é fundamental para compreender a relação que ele estabelece com o filho Cory (Jovan Adepo), um atleta em ascensão e que, ao mesmo tempo, é reprimido em casa pelas experiências frustradas do pai – que, curiosamente, não vai permitir que ele agarre as oportunidades de crescimento que se apresentam para ele.

Uma outra dinâmica importante do filme é a que se estabelece entre Troy e a sua esposa Rose (Viola Davis, em atuação vencedora do Oscar 2017 de Melhor Atriz Coadjuvante). Ela oferece o contraponto necessário na relação deles com o filho Cory. Ela representa o amor, o perdão, a resiliência e a fé num futuro melhor para todos eles. É justamente nas interações entre eles que o lado mais positivo de Troy aparece.

Um Limite Entre Nós é um filme que se desenvolve de uma maneira bem interessante. O longa começa com uma verborragia sem fim, em que Troy tenta – forçosamente – parecer engraçado, quando ele não tem nada disso dentro dele. A história vai se encontrando na medida em ela se desenrola para nós da plateia e seu cerne central encontra-se na figura de Troy, um homem que é a representação exata de uma criação dura, o produto fiel de uma realidade inóspita e que aprendeu, da maneira mais difícil, quais eram as suas responsabilidades como homem e pai de família. Na sua cegueira diante do papel que exerce, ele se impede de enxergar as mudanças ao seu redor e de ter compaixão por aqueles que mais o amam. Essa é uma lição que a teimosia de Troy não vai deixá-lo aprender, mas que vai ser de muita valia para aqueles que estão ao seu redor.
2,5
Enviada em 3 de abril de 2017
Minha opinião de expectador. Apenas de expectador e minha, apenas minha opinião. As emoções estão presentes neste filme, as atuações são boas. Elenco repleto de estrelas em ascensão. Os diálogos são muitos e cansam, às vezes. Parecia que estava vendo um monólogo de Troy. Enfim, achei o filme regular.
2,5
Enviada em 28 de março de 2017
"Denzel Washington - o diretor, que não consegue extrapolar os limites da mídia da qual o filme é adaptado: uma peça teatral. Diferentemente de outras adaptações dos palcos, como Moonlight: Sob a Luz do Luar ou Cavalo de Guerra, por exemplo, Um Limite Entre Nós se mantém restrito a cenários limitadíssimos e não explora recursos cinematográficos como composições visuais ou momentos de silêncio e contemplação. Tudo é muito falado, o tempo todo, se aproximando perigosamente do verborrágico."

Resenha completa em:
4,0
Enviada em 20 de março de 2017
Atuações perfeitas em um drama que pesa em informações mas sobrepõe em emoções. Tom teatral muito interessante.
de Brito F.

1 crítica

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4,0
Enviada em 19 de março de 2017
Grandes interpretações sobre temas sensíveis da natureza humana: família, frustrações, compaixão
e preconceitos.
3,0
Enviada em 18 de março de 2017
O filme é bom, tem cara de uma peça de teatro, de pouco custo, com poucos cenários e muitas discursões. Apenas um pouco cansativo, 2h20min. O elenco é bom e a direção de Denzel Washington atende a expectativa e está excelente no papel principal. Na verdade é um drama/tragédia na vida de uma família de negros americanos, de baixa renda, na década de 50. Tem tudo de ruim e bom em uma família de baixa renda. Pai superprotetor, tirano e infiel. Mãe do lar, passiva e sem perspectiva de uma vida melhor. Filhos insatisfeitos e sem espaço para dirigir a própria vida. Vale a pena para entender um pouco mais a sociedade americana.
3,5
Enviada em 13 de março de 2017
Marcação em Família.

Troy Maxson (Denzel Washington) mora com a esposa Rose (Viola Davis) e o caçula Cory (Jovan Adepo). Apesar de vida simples e com o pequeno sustento oriundo da função de recolher lixo nas ruas, o patriarca alimenta uma profunda frustração por não ter se tornado jogador de baseball. Rancoroso e mão pesada em suas decisões, ele sempre entra em conflito com os filhos, por menor que sejam as conclusões antecipadamente tomadas. Considerando o profundo respeito pela esposa, Troy embarca em atividades diárias que prometem aproximar a família, algo que não leva exatamente aos rumos esperados.

Fazendo uso de um bom elenco, em especial Washington e Davis, UM LIMITE ENTRE NÓS é um passeio na arte de interpretação, demonstrando a grande habilidade do casal principal em expor seus sentimentos das maneiras mais críveis possíveis, sejam eles na base da imposição de respeito ou após decisões drásticas que se tornam inevitáveis no cotidiano. A relação da família simples que é afetada para sensação do forte preconceito funciona bem, embora o elemento étnico não se mostre tão corrosivo dentro da narrativa quanto pretendia o roteiro de August Wilson.

É um bom filme de drama, contendo uma edição simples e fotografia também modesta, pois aposta mais na dura relação entre pai e filhos nos anos 50 do que em um desenvolvimento cinematográfico mais técnico. Denzel Washington demonstra boas habilidades atrás das câmeras, mas brilha mesmo diante delas, moldando um personagem carismático que se tona surpreendentemente opaco ao longo da vida.
3,0
Enviada em 11 de março de 2017
Esperei muito tempo para ver “Um Limite Entre Nós” e minhas expectativas estavam no céu. Um elenco primoroso que representa uma verdadeira escola de atuação; um ator sensacional arriscando na direção; Denzel e Viola reprisando papéis que lhe renderam Tonys na versão da Broadway; uma peça de um autor celebrado e premiado com um Pulitzer; um filme importante, de cor, uma história diferente a ser contada. Todos esses fatores me deixaram ansiosa e na certeza de que o filme seria bom, ótimo, favorito. Acho que essas expectativas atrapalharam um pouco o resultado final…

Quando montado na Broadway em 1987, Fences ganhou 4 Tonys, incluindo o T do EGOT de James Earl Jones, a voz mais famosa do cinema. Quando remontada em 2010, ganhou 3 Tonys, sendo um para Denzel e outro para Viola. Até então era considerada uma história fantástica, um presente para atores devido a seus diálogos longos, complexos e intensos, porém impossível de se levar ao cinema. Até que em 2005 o próprio autor, August Wilson, completou o roteiro, que caiu nas mãos de Denzel Washington para levar a um outro palco, outro público.

Wilson morreu antes de ver seu roteiro ganhar vida, mas tenho certeza que ficaria satisfeito. O poder de Um Limite entre Nós foi ainda mais intensificado e o filme ganhou ainda mais relevância e importância depois da controvérsia do ano passado, o #oscarsowhite, onde a indústria e o público criticaram a Academia pela ausência de diversidade em seus indicados. A própria presidente da Academia, Cheryl Boone Isacs, uma mulher negra, se manifestou sobre a necessidade de mudanças.

Sobre Um Limite entre Nós, o filme é excelente: diálogos ricos, bem escritos, bem feitos, maravilhosamente atuados. Viola Davis merecidamente vai ganhar o Oscar por este papel (embora na categoria errada, uma “fraude” de categoria que tem ficado cada vez mais comum na tentativa de garantir prêmios para os filmes – exemplo de Alicia Vikander no ano passado – e evitar derrotas traumáticas, como quando a própria Viola perdeu para a terceira estatueta de Meryl Streep), e Denzel corre sério risco de levar seu terceiro Oscar para casa. Viola, em seus discursos de agradecimento durante essa temporada de premiações, faz questão de enaltecer o roteiro de August Wilson, dizendo a importância de contar a história do “homem comum”, alguém como seu pai, seu tio, seu vizinho. Eu concordo, e essa é a beleza do filme: o homem comum, o homem de cor comum tem seu lugar, seus problemas, sua intensidade, e merece destaque. Talvez é uma história tão específica que foge um pouco do público não estadunidense. Mas mesmo assim, é um primor, denso, elaborado, e profundo.

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4,5
Enviada em 2 de março de 2017
Fences é uma adaptação que traz um Denzel Washington excepcional, tanto na direção quanto na atuação, e os atores coadjuvantes não ficam atrás (destaque para Viola Davis, que impõe respeito em um monólogo digno de um filme memorável).
Os diálogos são ótimos e o desdobramento da trama é realizado de maneira que torna-se interessante assistir ao filme realista e impactante. Seu erro está na longa duração, são duas horas e vinte minutos que pesam no ato final, fora isso, "Fences" é um filme memorável sobre vida e erros.
3,5
Enviada em 1 de março de 2017
A grandeza do filme está na atuação impecável de Viola Davis, que vai tomar conta de cena após a metade do longa. Até então é uma história arrastada, com diálogos longos, ou melhor monólogos chatos pra caramba de Denzel Washington que fala desenfreadamente. A história mostra os limites de uma relação de 18 anos, onde cada parte tem que abrir de um pedaço de sua vida para conviver com a outra pessoa, mas tudo tem um limite. É um filme que merece ser visto com calma e analisado como roteiro e atuações e não pelo nome conquistado ao longo da carreira, caso de Denzel. O filme só é forte por causa da Viola, que merecidamente faturou um Oscar no fim de semana.
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