BUSCA IMPLACÁVEL 3 (Taken 3)
Por Fabrínio Gioffi
Dessa vez, a verdade foi “levada”
Ao iniciar a sessão de Busca Implacável 3, a sensação é de que “tudo-está-bem” para Bryan Mills (Liam Neeson): tranquilo, sorridente, satisfeito por visitar sua eterna filhota Kim (Maggie Grace) e acima de tudo, esperançoso em dias melhores com sua ex-esposa Lenore (Famke Janssen)... Até porque a antiga família Mills passou por maus bocados após os eventos do primeiro filme (na qual Kim e sua amiga foram sequestradas em Paris) e do segundo (onde um passeio em família na Turquia vira alvo de vingança e correria).
Para a vida seguir em frente e a história ganhar um novo capítulo, nos deparamos com o assassinato de Lenore, onde Bryan se torna o principal suspeito, sendo caçado pela equipe da polícia de Los Angeles liderada pelo observador Franck Dotzler (Forest Whitaker). Ou seja, desta vez, nosso anti-herói deverá buscar implacavelmente a verdade por trás de toda essa trama e proteger aquela que ele mais ama: sua filha Kim.
É visível que quem carrega o filme todo nas costas é Liam Neeson, que brilha mais uma vez e demonstra vigor, preparo e dedicação ao interpretar o ex-agente do governo. Ele não faz feio nas tomadas de ação, que aliás são bem executadas pelo diretor Olivier Megaton (responsável pela segunda parte e por Carga Explosiva 3). O modo que o francês conduz as cenas poderá incomodar alguns, pois tudo parece tremido e passa a sensação de câmera nervosa. Por outro lado, temos interessantes momentos de perseguições de carros, explosões em barrancos e elevadores(!), além de uma capotagem que vale a pena ser conferida.
Falando dos demais atores, eles se esforçam em transmitir veracidade e dramaticidade aos personagens, com destaque para a brilhante adição de Forest Whitaker, o olhar angelical de Maggie Grace e a rápida participação de Famke Janssen. O ator Dougray Scott vive o atual marido de Lenore, Stuart St. John. Mesmo comportando-se como um idiota, ele proporciona algumas reviravoltas e acaba movimentando certos momentos na trama, algo que não se viu nos outros filmes da saga.
Ao contrário de que muitos disseram, existem, sim, sequestros no decorrer da história, justificando o título. Além disso, como dito no início, a ideia da terceira parte é que a verdade e a liberdade, ambas imateriais, fossem “levadas” dessa vez, fazendo o personagem principal se movimentar e aplicar todo o seu conhecimento, técnicas e habilidades especiais em prol deste resgate.
Enfim, com duração maior que os anteriores e com sua ação se desenrolando numa ensolarada Los Angeles, Busca Implacável 3 satisfaz os fiéis fãs de Bryan Mills e cia, apesar de um roteiro menos sombrio e mais preguiçoso. As perseguições, explosões, tiros e correrias irão agradar e garantir bons momentos de tensão à quem assiste. A franquia – que se iniciou em 2008 – chega ao terceiro episódio mostrando-se viva e capaz de aproveitar bastante a sua essência: Bryan Mills e seus dons infindáveis. Se olharmos bem profundamente, cada busca implacável que ele realiza é pelo amor à família, algo que nosso mocinho não priorizou no passado, e hoje tenta, a qualquer custo, não deixar apagar.