"Busca implacável 3" aprendeu com o fracasso do seu antecessor e trouxe um elemento sempre salutar no cinema, a originalidade. O primeiro filme é excelente. O segundo, infelizmente, acabou sendo uma cópia piorada do primeiro. A boa notícia é que desta vez o roteiro não cometeu o mesmo erro, dando espaço para outras personagens e partindo de premissas diversas. Um enorme alívio. Outro alívio foi o policial de Forest Whitaker (outrora vencedor do Oscar de melhor ator, em "O último rei da Escócia"). Whitaker já é um especialista no papel e já conhece bem o modo automático para o seu exercício. Um modo automático de grife, mas um modo automático. A parte que merece elogio é que, apesar de seguir o estereótipo já cansativo dos policiais estadunidenses (incompetente e comedor de rosquinhas), não é um idiota. Convenhamos, os filmes hollywoodianos ADORAM fazer seus policiais de idiotas. Desta vez, temos um inteligente. Atrasado, mas inteligente.
É evidente que o terceiro (e talvez não o último) filme repete muito do anterior. Bryan é, mais uma vez, um incansável Chuck Norris. Muita luta, muita ação, ele sempre pensando na filha (infelizmente, o papel de Famke Janssen é diminuto, pois Lenny morre no começo - e isso não é spoiler, pois é dessa premissa que o filme parte, e está no trailer) e, desta vez, fugindo para não ser pego (pela polícia, pois pensam que foi ele quem matou Lenny) ao mesmo tempo que corre atrás dos verdadeiros responsáveis. Um roteiro interessante, não? Mas extremamente previsível - este, o erro mais grave. O segundo erro, menos ação. Aliás, a opção foi por inserir muito mais drama, o que não se torna um fardo na obra apenas porque Liam Neeson é um baita ator. O terceiro erro, a mudança de ritmo (em sentido amplo) em relação aos demais: mais lento, enrolado (em especial no início, mais entediante) e com uma trilha sonora desagradável.
Em resumo (me esforço para ser suncito, mas, confesso, tenho grande dificuldade), tem alguma originalidade, o talento incomparável de Neeson e boas cenas de ação (como um container capotando, além das tradicionais lutas). Isto é, pesca bons elementos dos anteriores. Por outro lado, é muito previsível, um pouco enrolado e com um estilo demasiadamente dramático para um filme de ação. Liam Neeson que não leia... mas... muito melhor que o segundo, mas muuuuuuuuuuuuuuuuito inferior ao primeiro.