Desde o primeiro Busca Implacável, a série de filmes possui uma premissa bem simples. É um filme de ação clássico, com perseguições, um protagonista forte que supera a todos e frases de efeito.
O primeiro filme deu muito certo. A trama trouxe um peso diferente e um protagonista instigante, de poucas palavras e muita habilidade, na figura de Liam Neeson. O segundo tentou repetir a fórmula de sucesso, usando alguns elementos do primeiro filme para ligar tudo, mas não conseguiu atingir o mesmo patamar. Já havíamos visto tudo no primeiro filme, não haviam mais surpresas que pudessem fazer a história se sobressair perante os outros filmes de ação que vemos por aí. Busca Implacável 3 tenta fazer o que o segundo filme não conseguiu, recuperar a origem da série, trazendo novos elementos e um pouco de drama para o público.
Não se pode dizer que deu certo. O filme tenta nos ganhar com alguns plot twists manjados, que acabam não servindo para muita coisa. Desde o começo do filme já é possível definir quem é o real vilão da história, e toda a ladainha usada para escondê-lo é fraca demais para gerar algo realmente digno no longa-metragem.
Tão sem sentido quanto esses plot twists são os personagens secundários. O detetive interpretado por Forest Whitaker é totalmente plano, estando ali simplesmente para ser o “cara da polícia”. Fica pior ainda quando, no final do filme, ele diz ter resolvido toda a trama logo no começo, por conta de uma trivialidade extremamente simplista.
Tecnicamente, o filme também traz alguns problemas. A filmagem é confusa, em diversos momentos não dá para realmente saber o que está acontecendo, principalmente em algumas cenas de perseguição. Em determinada perseguição, você não consegue entender em qual carro estão os personagens, e nem o que realmente está acontecendo naquela confusão de takes.
Busca Implacável 3 é um filme comum. Não apresenta nada inovador, principalmente porque é o terceiro filme com praticamente a mesma história, já usada até a exaustão. Até mesmo a frase de efeito que ficou famosa no primeiro filme é usada aqui. Embora o filme não seja exatamente ruim (Liam Neeson consegue trazer boas cenas), chegou a hora da franquia parar, antes que a lembrança deixe de ser o primeiro Busca Implacável e passe a ser o show de problemas que veio na sequência.