Minha conta
    Busca Implacável 3
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Busca Implacável 3

    Mudar para continuar

    por Francisco Russo

    O início de Busca Implacável 3 é até estranho. Liam Neeson aparece sorridente, leve de espírito, como poucas vezes se viu ao longo de toda a trilogia. É claro que tamanha calmaria não dura muito tempo, afinal de contas estamos falando da franquia que se notabilizou por colocar Neeson, ator de origem shakespeariana, arrepiando junto aos inimigos – sem pensar duas vezes antes de usar a tortura, é importante ressaltar. Tudo em nome da família, ele sempre diz. É novamente para defendê-la que seu Bryan Mills volta à ação, por mais que este terceiro filme traga algumas mudanças consideráveis em relação aos antecessores.

    A principal delas é que, desta vez, ninguém é sequestrado – o que chega a ser até óbvio, pela falta de alvos inéditos. Por outro lado, o roteiro ousa ao matar uma das personagens centrais: Lenore (Famke Janssen) é a vítima – informação dada até mesmo no trailer do filme não é spoiler! Acusado de ter cometido o crime, Bryan precisa fugir para provar sua inocência e, é claro, impedir que os resquícios de tamanha confusão respinguem em sua filha Kim (Maggie Grace).

    Por mais que Busca Implacável 3 mantenha referências explícitas ao primeiro filme – o início, com Bryan comprando um presente para a filhota, é bem parecido e serve ainda para ressaltar a passagem de tempo entre os filmes -, há uma diferença considerável no tom empregado nas cenas de ação. Como não há uma vingança propriamente (ao menos em boa parte da aventura), o que se vê é um personagem menos raivoso e até surpreso, pelo inesperado do ocorrido. Por mais que reaja em busca de respostas, Bryan está acuado e isto é refletido em sequências de ação até bem feitas, mas sem a vitalidade demonstrada nos episódios anteriores. Além disto, o longa-metragem investe bastante em um lado melodramático decorrente da morte de Lenore, resultando especialmente em uma trilha sonora com um toque de melancolia.

    Outra mudança importante é que, desta vez, Bryan enfrenta dois tipos de inimigos: uma gangue russa e a polícia. Esta dualidade também traz um caráter inédito à série, pois pela primeira vez ele enfrenta alguém que apenas está cumprindo seu dever, por mais que seja sob um olhar torto. Entretanto, este jogo de gato e rato personificado no personagem de Forest Whitaker segue de forma burocrática durante todo o filme, com Bryan ora tendo que lidar com um tipo de inimigo, ora com o outro. O maniqueísmo do roteiro, de forma a promover uma certa reviravolta redentora no desfecho, incomoda.

    Apesar de trazer um roteiro bem previsível, Busca Implacável 3 ainda prende a atenção graças ao carisma de Liam Neeson e algumas boas sequências de ação, como a impressionante cena do carro no elevador e a capotagem de um contâiner (!!!). Outro ponto positivo é que, ao contrário de Busca Implacável 2, neste há um avanço na continuidade de Bryan Mills nas telonas, já que os eventos aqui retratados necessariamente serão levados em consideração caso um quarto filme seja realizado. Mas, ainda assim, é o filme mais ameno da trilogia.

    Quer ver mais críticas?

    Comentários

    • Jackson A L
      Aquele filme que fica repetindo nas noites de domingo na globo com Adrenalina. kk
    • Robson F.
      O triste é que já vi o um e o dois. Hoje acho que assistir o três. O cara é implacável demais né. Não tinha necessidade de ser tão implacável.
    Back to Top